O comércio de Porto Alegre descarta uma diminuição no consumo diante da redução de 1,7% do número de consumidores das classes A e B na região metropolitana da capital nos 2 primeiros meses de 2009, em comparação com o mesmo período do ano passado. O dado faz parte da pesquisa “Crônica da Crise: Ressaca e Resiliência Recentes”, divulgada recentemente pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). “As classes que tiveram redução nos primeiros meses podem lançar mão de mecanismos como a poupança ou o crédito para manter seu padrão habitual", avalia Pedro Lutz, economista da CDL Porto Alegre.  Além disso, lembra o ele, o levantamento tem como base a pesquisa mensal de emprego do IBGE e as demissões ocorridas em dezembro, na indústria – setor com os melhores salários – refletiram no estudo da FGV.

Prova de que o consumo continua estável é o bom resultado apresentado na Ajorsul Business 2009, evento realizado no final de março pela Associação do Comércio de Joias, Relógios e Opticas do Rio Grande do Sul (Ajorsul), exclusivamente para lojistas do setor. A feira mostrou a coleção outono-inverno e terminou com saldo positivo, sinal de que os empresários estão otimistas com as vendas. “Durante a Ajorsul Business deste ano, tivemos um aumento de 8% nas vendas, em relação ao ano passado”, afirma Rogério Sperb Rodrigues, Presidente da Ajorsul.

Ao mesmo tempo em que indica recuo nas classes mais altas, o levantamento da FGV registra incremento de 2,4% na classe C e redução de 6,2% nas classes D e E, na área metropolitana de Porto Alegre.  “A medida que temos um incremento na faixa de renda da classe C, o comércio se mantém ativo e a venda de bens duráveis estável. Já a ascensão da classe D e E representa a entrada de novos consumidores no mercado, com uma grande demanda reprimida. Sem dúvida, uma boa oportunidade para os comerciantes”, avalia o Presidente da CDL Porto Alegre, Vilson Noer. Em março, as vendas na Capital registraram um aumento de 2,3% em relação ao mesmo período do ano passado.