SÃO PAULO - Diante da crise financeira internacional, os gastos dos brasileiros com itens como lazer e cuidados pessoais sofreram cortes drásticos, certo? Não necessariamente. De acordo com estudo realizado pela Consultoria Officina Sophia, o
perfil do consumidor determinou o que continuaria ou o que sairia do orçamento.
No caso dos otimistas, por exemplo, que correspondem à cerca de 26% da população, não houve diminuição nas idas ao cabeleireiro, corte nas despesas com academia ou nos gastos com chocolate e guloseimas. Pelo contrário, 77% continuaram indo ao cabeleireiro, 73%, à academia, 68% não interromperam os tratamentos estéticos, 64% mantiveram os gastos com alimentação fora de casa e 52%, com chocolates e guloseimas.
Entre este tipo de consumidor, segundo o estudo, houve ainda quem aumentasse os gastos com academia (4%), tratamentos estéticos e alimentação fora de casa (6% cada) e com chocolates e guloseimas (7%).
Outros consumidores
Os controlados (14% da população), por sua vez, continuaram gastando com roupas e acessórios (67%), escolas e cursos (78%), com eletroeletrônicos (63%), eletrodomésticos (59%), teatro, cinema e shows (63%) e viagens (61%), sendo que 6% compraram mais roupas e calçados, 8% gastaram mais com diversão e 6%, com viagens.
Já os utilitaristas (10% dos consumidores) cortaram fundo despesas com viagens (80%), móveis para casa (67%), eletrodomésticos leves (66%), lazer (60%), alimentação fora de casa (58%), academia (56%), roupas e calçados (55%), tratamentos estéticos (55%), chocolates e guloseimas (54%) e com escolas e cursos (49%).
Por outro lado, tais consumidores procuraram garantir o financiamento do imóvel (100%), do automóvel (97%) e os gastos com artigos de higiene pessoal (90%).
Pessimistas e cuidadosos
No que diz respeito aos consumidores do tipo pessimista e cuidadoso, os mais negativos diante da crise, de acordo com o levantamento, a situação ficou da seguinte maneira: entre os cuidadosos (22% dos brasileiros), houve cortes nos gastos com viagens (67%), cinemas e teatros (65%), lazer (62%), móveis para a casa (54%) e eletrodomésticos (50%).
Neste caso, eles procuraram manter as despesas com transporte e planos de saúde (90% cada), manutenção do carro (87%), remédios (86%) e supermercado (72%).
Por fim, os consumidores tidos como pessimistas (28%) buscaram diminuir os gastos com viagens (82%), cinemas e teatros (68%), tratamentos estéticos (67%), lazer (60%), eletroeletrônicos (60%), roupas e calçados (58%), cabeleireiros (46%), entre outros.
Ainda de acordo com o levantamento, para este consumidor, o importante é a manutenção dos gastos com planos de saúde (86%), transportes (83%) e supermercados (73%).