Como a Austrália acaba de concluir e permitir que o mercado independente de autopeças seja totalmente regularizado, o Brasil figura agora entre as poucas nações do mundo a não priorizar o direito de escolha do consumidor. A Associação Nacional dos Fabricantes de Autopeças (ANFAPE) está à frente dessa questão no país e defende que o mercado de peças para reposição de automóveis precisa estar aberto para a livre concorrência.

A Federação Internacional de Automobilismo (FIA), entidade responsável, entre vários temas pertinentes aos consumidores de automóveis ao, pela organização de inúmeras competições de automobilismo, incluindo a Fórmula 1, que apóia a atuação desse segmento, convidou a ANFAPE para participar da Conference Week, que aconteceu em maio, na Argentina, e abordou como tema principal o direito de produção e comercialização do mercado independente de autopeças. Renato Fonseca, Presidente da ANFAPE, falou sobre o impasse entre o mercado independente e as montadoras no Brasil e na América Latina.

Uma das conclusões retratadas pelo executivo é que a preocupação com o tema excede a situação brasileira. “Encontramos consumidores de todas as partes do mundo, como Holanda, Suíça, Espanha, Itália, Reino Unido, entre outros. Nesses países, a questão já está consolidada e os consumidores têm livre acesso a esse mercado. Não há a menor possibilidade, inclusive, de retroceder na decisão”.

Outro fato importante é que nesses locais, onde a questão está decidida, é visível que as montadoras continuam o investimento em inovações para novos modelos de automóveis. O executivo destaca que tanto esse incentivo permanece que hoje o segmento oferece novos desenhos, e estes apresentam grande aceitação. “Um dos exemplos da continuidade do trabalho de pesquisa e desenvolvimento das montadoras nesses países é o sucesso de novos automóveis, como a Fiat, por exemplo, que lançou o “Cinquecento”, carro que faz parte do renascimento do design italiano e está entre as opções mais desejadas pelos consumidores”.

Diante disso, Fonseca insiste na necessidade de que o país acompanhe as tendências do mercado internacional, que além de priorizar o direito de compra dos consumidores, com a regulamentação do mercado independente de autopeças, também possibilita a livre concorrência, sustentando fatores fundamentais para a movimentação econômica. “E sem prejudicar os investimentos das montadoras”, ressalta.