Após ecoarem diversos escândalos de corrupção envolvendo pessoas do mais alto escalão do Partido dos Trabalhadores, culminando com a prisão do seu maior expoente, o ex-Presidente Lula, hoje condenado há mais de 12 anos de prisão em apenas um dos processos judiciais, respondendo a vários outros, o PT, por meio de nota, resolveu boicotar a posse do Presidente Eleito Jair Bolsonaro.

Segundo a nota, apesar de reconhecer o resultado das eleições, afirmou que a mesma fora “descaracterizada pelo golpe do impeachment, pela proibição ilegal da candidatura do ex-presidente lula e pela manifestação criminosa das redes sociais para difundir mentiras contra o candidato Fernando Haddad.”

As escusas e as lamentações do Partido dos Trabalhadores deixam transparecer que seus membros não conhecem ou não querem admitir que vivemos em um Estado Democrático de Direito, na qual, entre outros princípios e características, todos, sem distinção, são submetidos a legislação posta, inclusive as autoridades.

Em história recentíssima, importantes autoridades do Partido dos Trabalhadores, no governo do ex-presidente Lula, estiveram envolvidas com o escândalo do mensalão, que nada mais era do que a cooptação de deputados, com pagamentos ilícitos pecuniários, para votarem de acordo com os interesses do governo. Viveu-se, naquele momento, um desprezo pelo Estado Democrático de Direito, em uma verdadeira ditadura, motivada pela corrupção, disfarçada de Democracia. Naquela ocasião o ex-presidente Lula não fora denunciado pelo autor da Ação Penal, o Ministério Público, apesar de ser o maior beneficiado pelo malfadado esquema, contrariando a teoria do domínio do fato.

Novamente, na ocasião do impeachment da defenestrada ex-presidente Dilma Rousseff, esta e seus asseclas afirmaram e continuam afirmando que se tratava de golpe. O processo do impedimento está regulado em nosso ordenamento jurídico e obedeceu a todos os trâmites necessários. Dizer que houve um golpe é não reconhecer o Estado de Direito ou achar que por ocupar o cargo de representante maior da nação seria sinônimo de salvo conduto para a prática dos ilícitos perpetrados, que a levaram a cassação.

Quanto a “proibição ilegal da candidatura do ex-presidente Lula”, deve-se lembrar que a mesma se deu de forma lícita, em obediência a lei de iniciativa popular, conhecida como a Lei da Ficha Limpa (LC 135/20100, sancionada pelo próprio ex-presidente.  

Já as manifestações nas redes sociais, pelo que se tem apurado, não foi o candidato eleito que utilizou de falsas afirmações, ao contrário, foi vítima de acusações como sendo homofóbico, racista, nazista e etc...

Como se vê, o boicote, sem fundamento, apenas é uma manifestação de inconformismo com o resultado das urnas e, por conseguinte, da vontade popular.

Porém trago uma notícia, vista nas redes sociais, que o PT está pensando em fazer uma posse simbólica do condenado Lula, em Curitiba. Neste aspecto tenho que dar a mão a palmatória para sua coerência. Afinal de contas, o Triplex não era dele, as obras do sítio de Atibaia não foram para seu benefício e a posse, verdadeira, também não é dele.