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Sistema CFMV/CRMVs quer barrar Ensino a Distância na área da Saúde
   
     
 


26/02/2019

Sistema CFMV/CRMVs quer barrar Ensino a Distância na área da Saúde
CRMV-RS pede audiência com o MEC para barrar faculdades EaD e resolução do CFMV veda inscrição profissional de egressos de cursos a distância de Medicina Veterinária

O Sistema CFMV/CRMVs está unido para tentar acabar com os cursos de Ensino a Distância (EaD) na área da saúde. Nesta sexta-feira, dia 22, o Conselho Regional de Medicina Veterinária do Rio Grande do Sul (CRMV-RS) enviou ofício ao Ministério da Educação e Cultura solicitando audiência para tratar do tema. No documento, a presidente do CRMV-RS, Lisandra Dornelles, adverte para a formação de profissionais com capacidade técnica duvidosa, advinda de uma formação fraca, colocando em risco a saúde dos cidadãos. Em outra frente, o Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV) aprovou, por unanimidade, resolução que proíbe a inscrição de egressos de cursos de Medicina Veterinária realizados na modalidade de ensino a distância. 

Sem a inscrição no Conselho Regional de Medicina Veterinária (CRMV), quem tiver concluído o curso a distância fica impedido de exercer a profissão de médico-veterinário em todo o país. E os profissionais que ministrarem disciplinas ou estiverem envolvidos na gestão dos cursos a distância estão sujeitos à responsabilização ético-disciplinar. A resolução deve ser publicada no Diário Oficial nos próximos dias. 

Número de profissionais - O ofício enviado ao MEC também alerta o ministro Ricardo Vélez Rodríguez quanto à criação desenfreada de novos cursos de Medicina Veterinária no país de forma geral. Existem, hoje no Brasil, mais de 300 cursos de Medicina Veterinária, o que representa um terço dos cursos ofertados no mundo todo, justificando a preocupação com o número crescente de cursos e a qualidade da formação dos futuros profissionais. Somente no Rio Grande do Sul, são 25 cursos de Medicina Veterinária.

De acordo com dados obtidos pelo Conselho Federal de Medicina Veterinária, a contínua abertura de novos cursos supera amplamente as necessidades do mercado. O contingente brasileiro de médicos veterinários, que já é o maior do planeta, continua crescendo a uma média de 5.000 novos profissionais ao ano: em 2012 eram 90.000 profissionais cadastrados. Em 2015, esse número já ultrapassava os 105.000. Ao final do ano de 2018, a categoria superava os 117.000 profissionais, num país cuja população beira hoje 208,5 milhões de habitantes. Os Estados Unidos da América, que contam atualmente com cerca de 325 milhões de habitantes, têm 107 mil médicos veterinários.

Importância da capacitação – O CRMV-RS defende que é preciso desfazer o mito de que o médico veterinário cuida apenas de animais domésticos, uma vez que o profissional é peça fundamental a saúde única, conceito que traduz a união indissociável entre as saúdes humana, animal e ambiental.
O Sistema CFMV/CRMVs se une a outros conselhos profissionais estão se insurgindo contra os cursos superiores na área da saúde que são notoriamente despreparados para formar bons profissionais, especialmente os que têm modalidade de ensino a distância, negando-se a registrar os profissionais oriundos desses cursos, como a única forma de garantir a qualidade dos serviços oferecidos (vide resoluções do Conselho de Farmácia e do Conselho de Odontologia).

Além dos problemas que podem advir à sociedade como um todo, existe a questão que envolve os alunos que fazem esses cursos, desperdiçando tempo e recursos em uma formação desqualificada, podendo não obter seu registro profissional. 

Resolução do CFMV - Atualmente, as diretrizes curriculares do MEC admitem que 20% da grade horária da graduação de Medicina Veterinária seja realizada por aulas on-line, desde que restritas aos conteúdos meramente teóricos. O CFMV defende que os outros 80% das aulas sejam ministrados exclusivamente sob a modalidade presencial, inclusive, com estágio profissional.

O presidente do CFMV, Francisco Cavalcanti de Almeida, destaca que o curso de Medicina Veterinária demanda inúmeras atividades práticas e de campo, como anatomia, fisiologia, clínica, cirurgia, patologia, análises laboratoriais, entre outras operacionais e de manejo técnico, cuja aprendizagem só ocorrem por meio de aulas presenciais, conforme prevê a Resolução nº 595/1992.

De acordo com o presidente do CFMV, os estudantes de Medicina Veterinária passam por árduo treinamento para aprender a identificar as queixas de pacientes que não falam e não podem comunicar verbalmente o que sentem.

“Já é um processo complexo de aprendizagem em aulas presenciais. Imagine como seria aprender isso virtualmente? Como seriam aulas on-line de auscultação do coração ou dos movimentos estomacais? ”, exemplifica o presidente para demonstrar que a formação requer prática e contato direto com os animais.

Para Cavalcanti, a educação inadequada gera prejuízos à formação profissionalizante e impacta diretamente os serviços prestados à sociedade. “Como órgão que fiscaliza o exercício profissional, queremos zelar pela qualidade do mercado de trabalho e pela saúde da população”, afirma o presidente.

Ele garante que a preocupação do Conselho não está restrita ao mercado de trabalho, mas também ao investimento do aluno em uma educação que não vai prepará-lo de forma adequada.

“É um curso caro, o aluno tem a expectativa de uma sólida formação, mas acaba sendo vítima de um sistema de educação meramente mercantilista, que não garante formação de qualidade”, alerta Cavalcanti.

Fonte: Assessorias de Comunicação do CRMV-RS e do CFMV
Autor: Cristine Pires
Revisão e edição: de responsabilidade da fonte
Autor da foto: Rafaela Santosw CRMV-RS


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