O presidente do Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de GLP (Sindigás), Sergio Bandeira de Mello, em entrevista ao programa CBN Noite Total, enfatizou a posição da entidade com relação à proposta da ANP de venda fracionada do GLP. Segundo Bandeira de Mello, o Brasil tem um modelo bem implementado de entregas em domicílio, em que o consumidor, mais do que comprar o gás, adquire um serviço, o da entrega. “Não é crível que as pessoas vão conseguir transportar um botijão, que cheio tem peso total de 27 kg. Não é funcional e nem prático. É necessário pensar em toda a logística envolvida”, afirma.
 
Ao ser questionado sobre a possível queda de preço do GLP com a proposta de uma logística a ser feita pelo próprio consumidor, Bandeira de Mello argumentou que o consumidor pagará mais caro proporcionalmente, ou seja, um quilo do gás terá preço mais alto do que um quilo de gás envasado em um botijão de 13 quilos. “Essa é a lógica para qualquer produto: embalagens maiores são sempre mais econômicas”, explicou. Além disso, continuou, o processo de enchimento de botijões deve ser feito em zona controlada, longe de áreas urbanas, dessa forma, o consumidor teria que arcar com toda a logística para poder abastecer seu botijão, o que seria um grande inconveniente. 
 
Durante a conversa, ele destacou também o problema da informalidade, da dificuldade de fiscalização e sobre a questão da segurança para os consumidores caso a medida seja posta em prática. Salientou ainda que há total portabilidade entre marcas e entre cilindros de diferentes capacidades: embalagens de 5, 7, 8, 10 e 13 quilos. Para Bandeira de Mello o fracionamento não resolveria o problema do custo do botijão para famílias de baixa renda. “O ideal seria que famílias de renda insuficiente tenham garantido o acesso ao botijão de gás por meio de programas sociais, de transferência de renda ou subsídio dirigido”, sugeriu.
 
Bandeira de Mello destacou ainda que estão surgindo novas opções que podem melhorar e baratear o preço do GLP, como é o caso de aplicativos para a compra do GLP, que otimizam a logística da entrega do produto. “A tecnologia e o poder de compra na mão do consumidor está criando novas possibilidades, uma entrega mais veloz, diminui a burocracia, cria uma modalidade de pagamento mais rápida, além de oferecer a oportunidade de se poder fazer uma pesquisa de preços online. Tudo isso cria uma dinâmica nova”, concluiu.

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