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“Temos que pensar como transformar o paciente no sujeito do processo de atenção”
   
     
 


31/10/2019

“Temos que pensar como transformar o paciente no sujeito do processo de atenção”
Afirmação é do fundador e ex-presidente da ANVISA, Gonzalo Vecina Neto

Médico sanitarista, que também já foi CEO do Hospital Sírio Libanês, abordou o empreendedorismo no setor da saúde em evento promovido pela Unimed Porto Alegre 

Os desafios da gestão da saúde e a necessidade de visão empreendedora no setor foram os temas do último Unimed Conhecimento, que teve como destaque o médico sanitarista Gonzalo Vecina Neto, que já foi CEO do Hospital Sírio Libanês, fundador e ex-presidente da ANVISA. A edição de outubro reuniu colaboradores e cooperados no Teatro do Prédio 40, da PUCRS. 

Para contextualizar o cenário atual da gestão da saúde, o médico sanitarista fez uma rápida análise sobre a transformação do Brasil rural para o urbano, afirmando que essa foi a transformação mais traumática nos últimos 40 anos. “Houve ainda uma mudança reconhecível de qualidade de vida que acarretou em uma menor mortalidade infantil e longevidade de vida. E isso não foi um reflexo de um melhor atendimento médico, mas sim, de uma melhora de qualidade de vida”, explicou. Benefícios para a população como os programas de saúde pública, SUS e a criação da ANVISA, ajudaram a erradicar algumas doenças que acometiam a população com frequência, como a Doença de Chagas. Frente às mudanças de modelo epidemiológico, Gonzalo ressaltou ainda que a assistência médica praticamente não se movimentou. 

Além das transformações epidemiológicas e geográficas, a evolução da tecnologia foi outro fator que, segundo Gonzalo, impactou de forma significativa o setor de saúde. “O processamento eletrônico de dados, que já está sendo discutido na medicina 4.0, também chamada de individualizada ou personalizada, já é uma realidade”, afirmou o médico. Porém, a dificuldade de financiamento é um grande desafio para o processo de atenção à saúde. “Temos que ressaltar nossos modelos de atenção. Hoje temos um modelo tipo individual: o paciente decide o que quer e tem acesso ao que quer. Ao mesmo tempo ele se encontra com um médico que é remunerado quando faz coisas. Não tem como conter quando as pessoas são remuneradas por fazer as coisas”, explicou Gonzalo, dando o exemplo comparativo do consumo de ressonâncias magnéticas nucleares, que no Brasil é de 135 exames por mil beneficiários ano, enquanto que na Alemanha é de 22. “Temos que aprender a gerenciar. Nosso modelo assistencial é voltado para curar. Os pacientes vão em busca de cuidado, não cura”, disse. 

A compreensão de valores para todas as partes de um atendimento médico é outro fator essencial para que haja um retorno de engajamento das partes envolvidas. “É preciso criar graduação entre os valores. Será isso que dará a sustentabilidade das empresas. Não há dúvidas que estamos falando de gestão e dos vários componentes que a gestão deve enfrentar”, afirmou Gonzalo. Para o médico sanitarista, a grande parte da eficiência operacional está envolvida com o campo da qualidade. “Tem ainda uma parte importante chamado segurança. Esse aumento da capacidade de resolver problemas com tecnologia criou outros problemas, que são evitáveis”, esclareceu. “Ter qualidade na assistência não custa mais.Saber fazer algo com qualidade no momento certo é uma delas.” 

Se a qualidade não custa mais, já a segurança exige investimentos. “Sabemos que a segurança está certa quando entendemos que temos capacidade de adequar um local para seguir certo grupo de regras”, explicou. Segundo o médico, a Lei Geral de Dados é um dos desafios relacionados à segurança, já que exige uma preocupação por parte das empresas que terão que aumentar seus gastos com contratação de profissionais qualificados, além de sabedoria para utilizar os dados da forma correta. Outro desafio ainda ser´a Telemedicina. “Acredito que essa é uma mudança positiva. Mas, como tudo, tem dois lados. Se por um lado ela traz uma série de possibilidade para agregar valor equipe-paciente, por outro, pode apresentar chances de destruir essa relação”, ressaltou Gonzalo.  

Gestão de doenças e de doentes, administração de listas de espera e filas, e regulação de utilização de tecnologias, bem como a utilização da medicina baseada em evidências e remuneração diferente do pagamento por serviço foram questões trazidas por Gonzalo para discussão. “Efetividade é impacto. Temos que pensar como transformar o paciente no sujeito do processo de atenção, assim como em um modelo que empodere o paciente e sua família. Formas diferentes de acolhimento também devem ser discutidas, para buscar uma relação mais transparente possível”, explicou o médico. 

Acompanhamento de custos e como ele influencia nas organizações de saúde, soluções para escala que a medicina 4.0 irá exigir, alterações no modelo assistencial, e engajamento e motivação de colaboradores também foram temas abordados pelo médico sanitarista. “Não existe instrumento mais poderoso e transformador do que a difusão do conhecimento. Quem sabe não erra”, ressaltou Gonzalo, que ainda afirmou que empreendedor tem que ser um inconformado. “Para empreender tem que ter o senso de reconhecer a criatividade e reconhecer seus erros, pensar a médio e longo prazo, ter adaptabilidade e ser resiliente. Trabalhar em equipe é fundamental para um empreendedor”, disse.

Fonte: Assessoria de Imprensa da Unimed Porto Alegre
Autor: Redação
Revisão e edição: de responsabilidade da fonte
Autor da foto: Cassius Souza/Divulgação Unimed Porto Alegre


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