A crise de saúde mundial provocada pelo Coronavírus, agora assentada no Brasil, com um quadro de evolução severo, tem trazido pânico desmedido a toda população. Não restam dúvidas que a evolução e a letalidade do vírus são preocupantes e a tendência, pelo que temos visto pelas entrevistas dos especialistas (infectologista/médicos) e a experiência de outros países são alarmantes.

Devemos, por evidente, preocupar e ocupar com as medidas de segurança e higiene pessoal para não contaminação e disseminação do vírus, mas o medo em demasia, em nada ajuda na prevenção, trazendo apenas uma espécie ”paranoia”, não tendo nenhum efeito preventivo contra a Covid-19.

Infelizmente no Brasil, a discussão sobre as medidas adequadas para prevenção da imediata disseminação virótica, no intuito de diminuir a curva de contaminação, e não levar a colapso a rede de atendimento hospitalar, tomou ares de debates políticos acalorados, tanta pela população, como pelos próprios representantes do povo, estes querendo uma autopromoção, utilizando-se do pânico e da pandemia.

O Presidente da República tem sido alvo de ataques por todos os lados, notadamente por determinados órgãos da imprensa e políticos que necessitam de um trampolim com olhos voltados paras eleições de 2022.

Na função de representante maior da Nação, sua preocupação atual resta entre medidas restritivas das pessoas naturais e jurídicas (quarentena e fechamento de várias atividades empresariais) e o desdobramento que isto possa gerar, o colapso da economia, com desemprego, fome e via de consequência, aumento da violência.

O ponto de equilíbrio desta balança que é de difícil acerto e precisão.  A dificuldade está em dosar o remédio, evitando que os efeitos colaterais levem o paciente a óbito, no caso a economia do país. 

A situação realmente é preocupante, o aumento do desemprego com consequente aumento da violência pode tornar o quadro pior a longo prazo do que as consequências do Corona.

Apenas para um exercício de reflexão, segundo dados da AFP (dados da Organização Mundial da Saúde) de 24 do corrente mês, a epidemia provocou no mundo mais de 18.000 mortes, um número assustador.

Porém, a título de comparação em mortandade, o ”vírus” da violência no Brasil, no ano de 2017 (dados - Fórum Brasileiro de Segurança Pública), provocou 63.880 mortes violentas, 175 assassinatos por dia. 

Vale dizer, mais fácil uma pessoa morrer assassinada no Brasil do que em consequência do Coronavírus. Por simples conta aritmética deveríamos ter mais medo da violência do que da contaminação do Covid-19. A diferença que estamos acostumados coma aquela, corriqueira em nossas vidas e a pandemia é nova, mobilizando e sendo notícias no mundo inteiro.

O aumento da violencia em 5% causado pelo desemprego em massa, poderia representar mais letalidade do que a causada pela crise virótica.

Não estar aqui a defender a liberação geral, a não preocupação com a pandemia e as medidas preventivas contra sua disseminação, apenas fazendo um balanço de nossa realidade.

O que será pior para o país, o risco do vírus Covid-19 ou o aumento do vírus da violência em razão da crise econômica provocada pela paralisação das atividades empresariais?