Em um mundo cada vez mais conectado e com consumidores buscando soluções que unam agilidade e novas soluções tecnológicas, as startups têm conquistado espaço nos mais diversos setores da economia. Três delas, que fazem parte desse ecossistema de inovação, estão crescendo a passos largos no mercado: Dr. TIS – plataforma de telemedicina e telerradiologia, comandada por Jihan Zogbi –, ConnectFarm – alia tecnologia a fatores de produção, liderada por Rodrigo Dias –, e a PipeRun – que desenvolveu uma ferramenta para facilitar a gestão de vendas, cuja iniciativa é liderada por Cezar Augusto Gehm.

As experiências e os desafios de cada um dos CEOs foram relatadas no programa Outro Olhar, comandado pelo jornalista Cleber Benvegnú, no sábado (27), na Rádio Band. “A partir de dores reais, de necessidades reais, vocês desenvolvem soluções reais para as pessoas”, disse Benvegnú, ao questionar sobre a trajetória das empresas.

Com a pandemia, a Dr. TIS acelerou os processos e viu o trabalho ampliado no Brasil. Segundo Jihan, a transformação digital ainda é uma novidade e as pessoas estão se educando nessa nova cultura. “Temos pessoas criativas e potencial para competir com o mercado estrangeiro. As imagens estão guardadas na nuvem, com segurança. O médico pode estar em qualquer lugar e prestar o atendimento aos pacientes”, explica, ressaltando a abrangência dessa modalidade de atendimento. 

No Rio Grande do Sul, a Dr. TIS atende, por exemplo, o Hospital Moinhos de Vento e a Santa Casa de Misericórdia. “Para a gente revolucionar a telemedicina, pegamos clientes exigentes. Você não pode errar e, por isso, trabalhamos dias e noites com equipe focada e junto com o cliente”, detalhou.

Usar a inteligência artificial no campo para ampliar a produtividade foi a aposta da ConnectFarm, que em três anos está presente em sete estados, atendendo 130 clientes e analisando uma área de 130 mil hectares. Há três anos, o trabalho surgiu com o objetivo de desafiar o potencial produtivo em algumas propriedades e, com os bons resultados, surgiu a startup – que pretende internacionalizar sua operação. De acordo com Dias, a máquina olha para os dados e vai aprendendo como essas informações sobre clima, solo, forma de plantio estão correlacionadas e, a partir disso, começa a tirar algumas conclusões. “Isso sempre orientado pelas pessoas”, observa.  

Cezar Gehm, da Piperun, diz que o sistema de CRM (sigla para Customer Relationship Management ou Gestão de Relacionamento com o Cliente) desenvolvido pela PipeRun, que ajuda os times comerciais a aumentar a produtividade, tem origem lá no armazém de secos e molhados de sua avó. “Ela fazia isso lá atrás. Anotava em um caderninho o nome dos clientes, datas de aniversários, quem eram seus filhos, a cor das roupas que gostavam e até o tamanho dos sapatos que usavam e, quando chegava novidades, avisava”, recorda. 

Segundo ele, o objetivo da ferramenta é ajudar a vender mais e melhor. “E ajudar o Brasil a crescer”, afirma. “No país, temos hoje de 400 a 450 mil vagas de tecnologia abertas que estão lá, mas tem gente desempregada. Isso acontece porque não tem pessoas qualificadas para compor essas vagas”, assinala. “A parte regulatória não é só o ponto principal, precisamos do estímulo no aspecto da educação”, completou. 

Benvegnú encerrou destacando as experiências bem-sucedidas e o desafio do desenvolvimento. “Esse é o Brasil que dá certo, da livre iniciativa e do empreendedorismo”, concluiu.