Em menos de uma semana, 100 mil pessoas e mais de 180 mil números se inscreveram no  "Cadastro para Bloqueio do Recebimento de Ligações de Telemarketing", administrado pela Fundação Procon-SP. O número foi atingido às 17h50 de quinta-feira (02/04). O sistema entrou no ar às 11h do dia 27 de março, no site do Procon-SP.

 

Já o número de empresas que já se cadastraram para ter acesso a lista de clientes cadastrados para não receber ligações passa de 300. A expectativa do Procon-SP é de que todas as empresas prestadora de serviços de telemarketing se cadastrem, atendendo a lei. "Se as empresas não se cadastrarem não terão acesso aos números que estão bloqueados e conseqüentemente vão ir contra a lei, podendo sofrer multas administrativas", explica Andrea Sanchez, diretora de programas especiais do Procon-SP.

 

Tanto os clientes das empresas como os não clientes estão aptos a fazer o bloqueio das ligações.  Após 30 dias da inscrição, as empresas ficam proibidas de ligar, a não ser que tenham a autorização específica por escrito, um documento a parte disponível no site do Procon que deve ser anexado ao contrato. Segundo Andrea, a partir do momento que o consumidor assina e dá essa autorização à empresa, quem tem que guardar e se responsabilizar por isso é a própria empresa para não haver erros. "A lei busca que o consumidor tenha o direito respeitado. O que não significa dizer que todo e qualquer consumidor não queira receber as ligações", ressalta.

 

Andrea comenta ainda que o uso do SMS para a venda de produtos é uma discussão que precisa ser melhor enfrentada, mas o que se pretendeu num primeiro momento foi evitar qualquer tipo de contato não autorizado. "Como o SMS é uma forma de contato telefônico entendemos que também está proibido", completa.

 

Desemprego - Em comunicado oficial da ABT - Associação Brasileira de Telesserviços, Jarbas Nogueira, presidente da ABT, se disse contra a aplicação da lei antitelemarketing no estado de São Paulo e advertiu para o possível aumento de demissões nas empresas do setor. "No momento, onde muitas pessoas já foram afastadas das funções devido aos efeitos da crise mundial, tememos agravar ainda mais esse cenário com demissões nas empresas de call center do estado de São Paulo, em decorrência da lei antitelemarketing aprovada pelo governo estadual", afirmou.

 

Para a diretora de programas especiais do Procon-SP, ainda é muito cedo pra falar em desemprego. A expectativa de Andrea é que as empresas invistam em treinamento e até mesmo em contratações para melhorar a qualidade do contato.