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Os 20 hospitais estaduais paulistas gerenciados pelas Organizações Sociais (OSs) poderão, a partir de 2011, destinar até 25% dos atendimentos às operadoras

O Projeto de Lei Complementar, enviado pelo Executivo, foi aprovado em sessão extraordinária ontem na Assembleia Legislativa.
 
Sob protestos de representantes da área da saúde, que acompanharam a votação, 55 deputados votaram a favor do projeto e 18 foram contra.
 
O principal argumento entre os que defendem a mudança é o gasto público com planos de saúde. Com a aprovação, os hospitais poderão cobrar diretamente as operadoras pelo atendimento.
 
De acordo com o governo paulista, um em cada cinco pacientes atendidos nos hospitais estaduais geridos por OSs tem plano de saúde.
 
Segundo a projeção, o Estado gasta por ano com esses pacientes R$ 468 milhões.
 
Em 2009, o então governador José Serra (PSDB) vetou projeto semelhante aprovado pelos deputados.
 
À época, o Ministério Público do Estado afirmou que, se a norma entrasse em vigor, ajuizaria ações contra a sua execução.
 
REAÇÃO
 
Agora, com a aprovação do projeto de lei, não será diferente, garante promotor de Direitos Humanos especializado em Saúde Pública, Arthur Pinto Filho.
 
Segundo ele, o Ministério Público entrará com ações contra todos os hospitais estaduais gerenciados por OSs que reservarem as vagas para os planos de saúde.
 
O promotor também prevê que entidades da área de saúde entrem com ações contra a lei, que segundo ele, é inconstitucional pois contraria o princípio de universalidade no atendimento do SUS (Sistema Único de Saúde).
 
"O que vai acontecer é óbvio. Ninguém vai lá [nos hospitais] conferir se estão atendendo 25% ou mais pacientes de planos de saúde", afirma o promotor.

Autor: Emilio Sant'Anna
Fonte: Folha.com

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