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"Nós vamos agora comprar a arma usada no crime logo após ser utilizada, destruir provas importantes e a possibilidade de elucidação de crimes. E mais, vamos pagar por isso", afirma promotor

 
O governo federal lança a terceira campanha pelo desarmamento da população. As duas anteriores recolheram mais de meio milhão de armas e, mesmo assim, não conseguiram reduzir os homicídios. Ainda falta o mais importante, o controle das armas ilegais usadas pelos criminosos.

A campanha foi antecipada para coincidir com o primeiro mês após o massacre na escola de Realengo, no Rio de Janeiro. O ministro da Justiça destacou que pretende desarmar o Brasil, reduzir a violência e as mortes.
 
Mas as estatísticas do próprio governo mostram que o desarmamento da população não reduziu as mortes violentas. Em 1998 foram registrados 41.950 homicídios no país. Apesar da primeira campanha pelo desarmamento, aconteceram 47.578 mortes em 2005.

E, mesmo depois de a legislação ter dificultado a compra e a posse de armas, o número de assassinatos alcançou 50.113 em 2008, último dado oficial disponível. Em dez anos, esse tipo de crime cresceu quase 20%.
Sete em cada dez homicídios são cometidos usando-se armas de fogo, a grande maioria delas ilegais. Nas duas campanhas anteriores, o governo diz que recebeu 550 mil armas.

Na nova campanha de desarmamento, o governo vai pagar entre R$ 100 e R$ 300 por cada arma entregue, que será destruída imediatamente. Além disso, a pessoa não será obrigada a se identificar.

Essas medidas são consideradas temerárias pelos especialistas. O promotor Roberto Tardelli lembra dois casos de pessoas mortas por ladrões no Rio de Janeiro e em São Paulo. As cenas foram gravadas por câmeras de segurança. Mas, com a garantia de que terão a identidade preservada, os bandidos poderão entregar as armas usadas no crime.

"Nós vamos agora comprar a arma usada no crime logo após ser utilizada, destruir provas importantes e a possibilidade de elucidação de crimes. E mais, vamos pagar por isso", disse o promotor.

Autor: Redação
Fonte: Jornal da Band

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