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Conexão total é a tendência para o banco do futuro

O 10º Fórum Internacional de Tecnologia da Informação do Banrisul abordou, no segundo dia do evento, o tema da transformação digital e a sociedade digital em várias partes do mundo. O 10º Fórum de TI do Banrisul acontece no Teatro do Bourbon Country, em Porto Alegre, nos dias 17 e 18 de maio.

No primeiro painel dessa quinta-feira (18), “Transformação Digital na Visão da Indústria”, o diretor executivo em Mercado de Serviços Financeiros da empresa Atos, José Ricardo Munhoz, discorreu sobre “O Banco em Rede”, que é a integração de soluções e práticas. Munhoz acredita que, no futuro, teremos somente “bancos conectados” - quando o cliente, em sua casa, acessa o site do banco e simula um financiamento e, neste mesmo tempo, em tempo real, a agência e o Serviço de Atendimento ao Consumidor (SAC) deste site e os funcionários, já sabem o que o cliente está buscando. “Tudo isso para que não ocorra que o cliente chegue na agência bancária para fechar o negócio e tenha que refazer todo o trabalho que já fez em casa”, frisou.

Ele ressaltou que o banco tem que ter “uma visão de 360 graus do cliente, uma visão de multicanais, estar ligado a todas as plataformas que o cliente utiliza”. O painelista disse que “tem que ocorrer a personalização, saber o que este cliente busca. Deve ser feita uma análise de sua vida, o maior erro é segmentar o cliente”.

Para o gerente de Soluções Inovadoras para Governo na América Latina da empresa Huawei, Ricardo Mansano, os bancos estão em constante e rápida transformação. “Atualmente, o número de agências está diminuindo e o formato modificado. As movimentações bancárias, hoje em dia, são feitas pela internet. As agências passam a serem online dentro dos dispositivos móveis”, explicou. Mansano afirmou que “os bancos já têm outra visão de agência, agora é tudo em tempo real. Não tem investimento maior e melhor para uma instituição financeira, que o mobile banking”.

De acordo com Rodrigo Bertoloto, gerente de Engenharia de Sistemas da VMWare, a segurança cibernética continua sendo prioridade para qualquer instituição financeira. Ele destacou que o relacionamento do cliente com as novas tecnologias cria novas oportunidades de negócios, o que é bastante positivo para os bancos.

Fintechs e a Evolução dos Serviços Financeiros

No painel seguinte, “Fintechs e a Evolução dos Serviços Financeiros”, que teve como moderador o diretor de Planejamento e Atendimento do Banrisul, Júlio Brunet, as fintechs foram definidas pelo sócio fundador da Fintechlab e da Clay Innovation, Marcelo Bradaschia, como empresas de tecnologia que trazem soluções para serviços financeiros.

“Não é apenas uma mudança na forma de disponibilizar os serviços financeiros, mas na relação entre as pessoas em si. Mais do que nunca passamos por um período de grandes transformações no sistema financeiro, buscando formas de fazer melhor o que já se faz”, ressaltou. Ele disse que “o cliente quer saber por que o serviço bancário é tão fragmentado: eu busco o extrato de conta aqui, mas o comprovante de pagamento está em outro local e o detalhamento do cartão de crédito em um terceiro local. Isso sem mencionar as diferentes senhas que são pedidas para garantir a “segurança” das nossas transações online”.

“Qualquer indústria, hoje, pode se beneficiar de serviços financeiros. Vejam o exemplo da We Chat (espécie de Whatsapp chinês), que é uma plataforma completa, em que você está jogando Candy Crush e pode comprar uma “vida””, salientou. Bradaschia afirmou que o ideal não é cada banco ter o seu aplicativo, mas sim estar integrado com os canais que o cliente usa – Facebook Messenger, Whatsapp, por exemplo - e ali permitir acessar os serviços que busca.

Segundo Roberto Marchi, engenheiro eletrônico pós-graduado pela Harvard Business School e sócio da empresa McKinsey e Company, o digital já chegou e mudou as relações de todos. “Pesquisas comprovam que a maioria prefere consultar um aplicativo, por exemplo, a falar com um atendente. A grande sacada, hoje em dia, é a parceria. Lembrando que o maior sucesso nesta área está nos negócios B2B (entre empresas) e não no B2C (empresa e cliente final). Por isso dizemos que as fintechs são um complemento e não uma concorrência. Podem ser uma ameaça no sentido de impactar a rentabilidade dos bancos, pois seus custos são extremamente reduzidos”, disse Marchi.

A Sociedade Digital em Diversas Partes do Mundo

O painel “A Sociedade Digital em Diversas Partes do Mundo” contou como moderador o diretor de TI do Banrisul, Jorge Krug, e os painelistas Kamen Spassov, pesquisador-chefe do laboratório de e-Government da Bulgarian Academy of Sciences; Pedro Lara, marketing business innovation for latino american da empresa Gemalto; e Robert Sobers, diretor de Marketing em Cybersecurity da empresa Varonis.

Kamen Spassov falou sobre a experiência em e-governança na Bulgária, destacando o seu conceito: transformação da relação entre cidadãos e governos com o uso de tecnologia da informação. “A proliferação dos dispositivos móveis obviamente facilita essa aproximação entre cidadão e governo”. Ele declarou que o governo naturalmente precisa investir em sistemas que incluam o cidadão, possibilitando a sua participação de forma mais ativa.

Spassov disse que a Bulgária fez um conjunto de leis para viabilizar a e-governança, definindo os dados que podem ou não ser acessados pelo governo, para que assim o cidadão tenha acesso aos serviços disponíveis. “Apesar de querermos que tudo seja informatizado, isso não é possível. Portanto, precisamos de uma solução que possibilite utilizar documentos físicos (em papel) e digitais simultaneamente de acordo com a necessidade e disponibilidade de cada um”.

Pedro Lara afirmou que as tecnologias de autenticação estão sempre evoluindo, senhas estão se tornando ultrapassadas e consequentemente perigosas. “Reduzir as senhas é uma tendência do mercado de acordo com as maiores empresas do mercado (Google, Microsoft, etc) e, a partir daí, é isso que o usuário vai querer”.

Lara frisou que a biometria comportamental é como o usuário interage ao acessar os serviços no computador, criando um padrão (identidade) específico e particular, como uma assinatura ou a sua digital. “Tudo isso é mais uma maneira de proteger o usuário de fraudes, provando que você é você e não um robô”.

Robert Sobers explicou que, hoje em dia, o risco mais importante que se fala é o “ransomware”, que significa invadir o máximo de sistemas possíveis para assim ganhar mais com a quantidade. “O pagamento por bitcoins é a preferência, pois é anônimo”.

Ele informou que muitas empresas estão investindo em dispositivos móveis para resguardar seus dados importantes, uma vez que o vazamento destes dados se dá, em sua maioria, por e-mail ou arquivos. “As ferramentas de proteção de dados são tantas que isso acaba por dificultar essa segurança. O primeiro passo é a classificação dos dados e depois quem acessa o quê, para assim definir permissões e restrições que vão realmente ser eficazes”.

Os dois últimos painéis do 10º Fórum de TI do Banrisul foram sobre “Construindo uma Jornada de Transformação Digital”, com o painelista Hassan Zamat, vice-presidente Corporate Strategy da IBM, e como moderador o diretor-presidente da Assespro-RS, Alex Hermann; e “O Futuro da Sociedade Digital”, com o consultor de comunicação para vendas de empresas nacionais e multinacionais, Dado Schneider.


Autor: Redação
Fonte: Assessoria de Comunicação do Banrisul

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