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Mercado internacional da comunicação aponta tendências que crescem com a propagação de boatos, acusações e opiniões nas redes sociais

De acordo com a ONU, 3,6 trilhões de dólares escorrem pelo ralo em decorrência de atos relacionados à corrupção no mundo. No Brasil, apenas no escândalo da Petrobras, a Operação Lava Jato já identificou a subtração de mais de 20 bilhões de reais. Os números assustam e mostram a dimensão da ilegalidade e irresponsabilidade de agentes públicos e corporativos, e revelam a falta de regras, estruturas e práticas de gestão de risco e controle interno sobre as ações dos administradores e gestores. O que acaba comprometendo de maneira quase que definitiva a continuidade dos negócios, arranha a credibilidade, mancha a imagem e destrói a reputação das organizações estatais e privadas. O resultado é desastroso para a economia e cidadãos brasileiros.

Para o presidente interino, diretor jurídico e líder da área de riscos e compliance da Fomento Paraná, Samuel Suss, apesar de ser uma área de conhecimento nova no Brasil, fora do país, o compliance foi amplamente difundido na década de 1970, nos Estados Unidos, depois de escândalos corporativos. “Aqui, ela começou a se fazer presente com a Lei da Anticorrupção e se acentuou com a Lei das Estatais ou Lei de Responsabilidade das Estatais”, afirma. Para ele, os resultados da Lava Jato e de outras operações deflagradas deixam clara a necessidade de ferramentas, planejamento e códigos de ética e conduta no meio corporativo e do engajamento dos colaboradores, líderes e gestores. “É uma questão de sobrevivência no negócio global a implantação de programas de compliance. É uma exigência e urgência mundiais”, enfatiza.

De acordo com a jornalista Lorena Nogaroli, sócia-fundadora da Central Press, a operação Lava Jato tem escancarado fragilidades do povo brasileiro para o mundo todo, fazendo com que nossa reputação esteja cada vez pior lá fora. "Tudo começou com a Copa do Mundo e às Olimpíadas. Não se abre a porta para visitas antes de arrumar a casa", lembra. Lorena trabalhou em Londres nos últimos seis meses, estudando o mercado de comunicação e como as empresas europeias lidam com a gestão de crises de imagem. Lá fora, a jornalista diz que encontrou algumas oportunidades de mercado que ainda precisam ser desenvolvidas no Brasil: "falta ao mundo corporativo nacional uma política eficaz de gerenciamento de crise e de riscos. E a comunicação assertiva, mesmo nos momentos mais conturbados e críticos, é fundamental para o fortalecimento da reputação das marcas”, acentua.

Em um debate sobre a Lato e a Reputação Corporativa, promovido pela Central Press na Universidade Positivo, o sócio-proprietário da Central Press, Claudio Stringari, ressaltou como os resultados divulgados pela imprensa estão influenciando os rumos das empresas brasileiras. “A reputação é o principal valor intangível de uma instituição. Os riscos reputacionais estão entre as maiores preocupações dos membros de conselho de administração das maiores corporações do mundo, inclusive do Brasil”, afirma Stringari. Para ele, um dos traços mais marcantes em todo este contexto é o surgimento da chamada "Economia da Reputação". “As empresas precisam ganhar licença social para atuar. Uma chancela que vai além daquela concedida pelos órgãos reguladores, mas que passa a ser outorgada pelos diversos públicos e nas variadas formas de comunicação. Nós, comunicadores, devemos nos preocupar com essa questão”.

A própria Lava Jato e a mídia sofreram represálias nos tribunais da opinião pública. A credibilidade da operação, dos seus protagonistas e a imparcialidade na cobertura por alguns veículos de comunicação chegaram a ser questionadas e atacadas nas mídias sociais. "Vivemos uma época em que a checagem dos dados, fontes, documentos e fatos é essencial para a credibilidade de uma notícia", afirma José Vianna, produtor da TV Globo na cobertura da Operação Lava Jato. Segundo ele, além de todo o processo minucioso de checagem dos dados, todo o material da Lava Jato passa por inúmeros editores, revisores e etc., dentro dos parâmetros da verdade, da ética profissional e da investigação imparcial e apartidária, antes de ir ao ar. "Assim, evitamos divulgar notícias falsas e tendenciosas”, garante.

Em três anos, a equipe de Vianna já produziu mais de mil reportagens sobre o assunto. “Devemos confiar apenas em veículos sérios e éticos. Todos nós sabemos como boatos e mentiras podem impactar e destruir a vida das pessoas e de organizações", ressalta, reiterando a importância de uma comunicação bem planejada, notícias apuradas e investigadas e profissionais preparados para lidar com crises. A assessora de imprensa da Justiça Federal do Paraná, Christianne Machiavelli, enfatiza que a compliance e uma política de comunicação adequada são a chave para preservar a reputação de órgãos e agentes públicos, empresas e empresários, porque reforça, na prática, os valores da eficiência, transparência, controle, moralidade e impessoalidade. “O Brasil precisa evoluir muito em relação a esse assunto”, afirma.

Capacitação e treinamento

O debate “Lava Jato e a Reputação Corporativa” reuniu, no auditório da UP, acadêmicos e docentes de Jornalismo e Direito, profissionais da imprensa local e empresários. O evento serviu de pano de fundo para o lançamento de uma área de capacitação e treinamento em comunicação da Central Press, que traz um cardápio de cursos e palestras, visando a formação de profissionais mais preparados e engajados no relacionamento com a mídia. A equipe ganha reforços dos jornalistas Jeferson Souza e Fernanda Rocha na condução das atividades.

Segundo Jeferson Souza, sócio da Central Press na área de capacitação e treinamento, a agência já realiza, há mais de 15 anos, um trabalho de media training para seu portfólio de clientes, mas decidiu expandir e compartilhar essa expertise no mercado de negócios. “Partindo do pressuposto de que a comunicação é um agente transformador e importante para a reputação corporativa, é bom lembrar que as organizações são feitas de gente também. E cada vez mais as pessoas querem aprender a se comunicar adequadamente em todos os momentos e situações internas e externas”, ressalta.

A área de capacitação e treinamento da Central Press chega para preencher esta lacuna. “Incrementamos o media training e passamos a customizá-lo de acordo com o público alvo e demanda corporativa; introduzimos treinamento teórico e prático, no qual o participante aprende o funcionamento dos meios de comunicação impresso, eletrônico e digital, recebe orientações sobre cuidados com a imagem e preparamos o profissional para atuar como porta voz”, explica. A relação de palestras incluem temas como liderança, negócios, mídia, técnicas de feedback e redes sociais. Jeferson lembra ainda que a área de capacitação e treinamento será responsável pelo desenvolvimento de guias e manuais de relacionamento com a imprensa e gestão de crises sob medida e personalizados para cada demanda e organização. “Nosso propósito é preservar o ativo mais importante de qualquer marca: a reputação”.


Autor: Central Press
Fonte: Assessoria de Imprensa

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