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Artigo de Vitor Augusto Koch Presidente da FCDL-RS

O Banco Central do Brasil, está agindo corretamente, reduzindo os juros básicos do país (SELIC) que hoje está 9,25%, ou seja, bem abaixo dos 14,25% de um ano atrás.

Fazendo a conta na ponta do lápis, quem hoje aplica nos títulos do tesouro brasileiro está ganhando 35% a menos do que no início de setembro de 2016.

Entretanto, tal redução, nem de longe foi acompanhada pelo custo do dinheiro, quando quem pede emprestado somos nós, pequeno empresário e consumidores.

Veja os últimos dados disponíveis: entre junho deste ano e junho de 2016, os juros médios anuais do rotativo de cartão de crédito caíram de 470,87% para 378,30%. Ou seja, 19,7%, porque o Banco Central limitou para apenas um mês o uso do citado rotativo. Mesmo assim, a queda deste custo, foi bem inferior à SELIC.

Porém, no mesmo período, os juros do cheque especial aumentaram 6% (de 320,01% para 339,4% ao ano); da aquisição de bens em geral caíram 5,6% (de 29,33% para 27,2%); e da compra parcelada de veículos caíram 7,6% (de 25,97% para 24%). Isto mostra a realidade de que os agentes financeiros não repassam para a população os efeitos da queda da SELIC.

Por que isto ocorre? Apesar de toda a complicação na explicação dos executivos financeiros dos bancos, a resposta é muito simples: atualmente o sistema bancário brasileiro é dominado por 5 grandes instituições (2 públicas e 3 privadas) cujo foco de negócios simplesmente mudou com o passar dos anos. Se antes tais empresas viviam do lucro dos empréstimos – o que é legítimo – agora elas vivem da rentabilidade dos títulos públicos.

Quer dizer, emprestar para o governo custa menos e é mais fácil do que oferecer linhas de crédito para a população e empresários.

Temos muitos argumentos para reclamar desta questão. A prática nos ensinou que isto de pouco ou nada adianta. A única saída é nós mesmos encontrarmos a solução para o problema.

E é isto o que a FCDL-RS está começando a fazer, ainda em nível de projeto.

Estamos materializando o sonho dos Comerciantes e preparando a criação da Cooperativa de Crédito dos Lojistas, onde o nosso foco será financiar, “com carência”, os comerciantes em seus investimentos e capital de giro; e em um segundo momento, poderá se estender para os consumidores positivados no SPC.

Certamente nossos juros serão bem menores do que o cobrado pelos grandes bancos, uma vez que o nosso foco não será a mera e simples rentabilidade do dinheiro, mas sim as melhores condições de operação financeira para as lojas gaúchas.

Em resumo, nossa intenção com esta iniciativa não será ganhar com a SELIC, mas sim ter uma margem de sustentabilidade operacional que garanta o acesso ao crédito mais barato possível para os lojistas.

Teremos, em breve, mais novidades sobre o assunto.

Vitor Augusto Koch, Presidente FCDL-RS


Autor: O autor
Fonte: Vitor Augusto Koch

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