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Poesias de Bady Curi Neto, advogado fundador do Escritório Bady Curi Advocacia Empresarial, ex-juiz do Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais (TRE-MG) e professor universitário Lutas internas Não pense em disputas Não queira a guerra Orgulhe-se de suas lutas De suas lutas internas Não diminua seu oponente Nem lhe deseje o insucesso Apequenar o concorrente É ofuscar o seu sucesso Não critique quem é grande Meça nele sua inspiração Batalhe por suas vitórias Ao alcançá-las, maior a satisfação Não perca tempo com lutas inglórias Estirpe as falsas desilusões Instigue seus desafios E o triunfo será sua gloria Divida os louros do vencedor Com quem ao seu lado lutou Não faça da graça a desgraça Aquele que o apoiou. O último Adeus Naquela sala fria Na hora do último adeus O coração corroía Não o de meu pai, Que posto sobre a maca Em um quarto de CTI Com a vida por um fio Já desacordado Chamou ali seu filho Uma ligação metafisica Em uma chamada psíquica A uma hora da madrugada, compareci Foram comigo seus netos A última reunião dos Bady (s) 1 Com os olhos envermelhados Ao ver os seus cerrados Choramos e oramos E ao beijar suas mãos, me despedi. 1 O autor (Bady Neto) leva o mesmo nome se seu pai, assim como os filhos (Badyzinho e Lucas Bady) Tragédia de Mariana (H)ouve-se um estrondo Rompeu-se a barragem Rasga-se em um rombo Em dia de estiagem Soa o alarde, uma sirene tardia Tenta dar o aviso Da tragédia que se anuncia Já é tarde!!!! Uma avalanche de lama Fazem mortos e desaparecidos Não haverá sequer sepultura Corpos sumidos aos detritos Um enchente lamaçal Pôs fim na vida de um distrito Findou Bento Rodrigues Morreu assassinado e proscrito Mariana não velará seus mortos E suportará outras tantas dores Inundou-se do Guaxupé ao Rio Doce Calamidade sem pudores Tantos ouvidos moucos E olhos de quem não viu Céticos, sem preceder a lastima Irresponsabilidade dos loucos Um rio, antes, límpido e Doce De pureza a ser bebida Levava vida aos municípios Agora com aguas esquecidas Peixes morreram asfixiados Na privação do oxigênio No afluxo que virou Barro Retratos? canoeiros atolados Nunca se vira tanta tristeza Por tão grande extensão De Mariana à Regência Levando Desolação O luto será a penitencia Pela ofensa a Natureza Até que O Mar do Espirito Santo Limpe a lama dos nossos prantos. Maktub Não desvie seu olhar Emudecendo meu sorriso Faça do meu verso O seu inédito improviso O despertar do inverso Fará meu acaso O seu imprevisível Arrolhar sentimentos? Se a insanidade do ardor Pode tardar a eternidade Ou surgir em único momento E que este instante seja perdoado A vida é maktub, E não tabuleiro, um jogo de dados Autor: O autor Fonte: Bady Curi Neto |