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Autoria de Bady Curi Neto, advogado fundador do Escritório Bady Curi Advocacia Empresarial, ex-juiz do Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais (TRE-MG) e professor universitário Venho aqui versar a defesa Dos patriotas do “mal” Coloco a beca sobre a mesa Um pouco que constrangido Em um país que a censura impera Antes que versos sejam proibidos Quem eram todos estes patriotas Que ousaram contra a democracia? Manifestantes a destempo Postaram-se nas portas da caserna Com barracos improvisados no tempo Agasalhados pela Constituição Clamando por um Brasil Melhor Senhoras, idosos e famílias Em seu lidimo direito da manifestação Foram tratados como bandidos E levaram todos para a Prisão Vândalos, famílias ou arruaceiros? Golpistas desarmados de 8 de janeiro Em turbilhões desorientados Alguns invadiram as sedes do Estado Eram simplesmente baderneiros O que se deu depois daquele instante? Com aquelas senhoras e senhores que não invadiram os Palácios da República? Impedidos expressar suas ideias Foram tratados como malfeitores Levando todos para a Colmeia A Democracia deu lições de traição Autoridades disponibilizaram ônibus Para por fim ao acampamento Com forma de condução Erraram o caminho de proposito conduzindo-os a prisão Fechou-se o tempo Deu-se início a tempestade Famílias restaram abandonadas Por pais encarcerados Em malditas celas com cadeados Prisões preventivas sem fim Enceta-se um processo judicial Em competência duvidosa Pelo Supremo Tribunal Federal Avoca-se Jurisdição que não pertencia Ao menos pelo texto Constitucional Themis tirou as vendas A balança não tangia Manchando a toga isenção Espada transmutada em punhal Postando a beca da acusação Um empresário Baiano Que há tempos passava mal Na madura idade de 46 anos E parecer pela liberdade provisória De um Procurador do órgão Ministerial Morreu na Papua, findando sua história Outra presa, simples cabelereira Mae de duas crianças, intitulada Terrorista Não invadira os Palácios, mas em ato infame Escrevera, com batom vermelho, “Perdeu mané” na estátua da Justiça Inibido de falar sobre o alheio Não irei versificar caso a caso Para que neste triste momento Não avolume a indignação O magistrado deve aplicar a lei O perseguidor o justiçamento Recuso, apenas, a ficar-me silente Diante de Julgamentos de persecução Onze togados impolutos, arautos da moral Esquecem que Justiça exige bom senso Consideram-se acima do bem e do mal Julgamentos em blocos, Sem separação das condutas Como se fossem manadas Malabarismos jurídicos, processos acelerados Condenando réus a penas exacerbadas Autor: O autor Fonte: Bady Curi Neto |