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Poesia de Bady Curi Neto, advogado fundador do Escritório Bady Curi Advocacia Empresarial, ex-juiz do Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais (TRE-MG) e professor universitário Ao olhar pela janela Vejo um mar de concreto Em concretudes desmedidas Tantas famílias, corações vazios O tempo passando em vidas perdidas Arranha céus em meio de nuvens esparsas Arcabouço de desconhecidos Que residem no mesmo espaço Vivemos sós, Acompanhado das próprias sombras Burlamos a solidão com nossas atitudes Ao anoitecer, desacompanhados Denominamos a solidão de solitude Tempos modernos, alta tecnologia Vive-se do trabalho para o quarto E as salas de visitas vazias Celulares suprem a presença Redes socias às amizades O tecnicismo à inteligência Tudo transvertido em artificial O exilio será o Novo Normal Da amada não teremos mais beijos Com telefone em nossas mãos Veremos suas fotos, com passar dos dedos Os belos Pets substituíram as amizades Adota-se pássaros, gatos e cachorros Animais que se tornam nossa irmandade Vive-se na web, e eles nada pedem ou reclamam Um mundo de sentimento estranho, tacanho. Que concretude e tecnologia sãos estas? Uma acimenta os corações A outra não permitem emoções E a vida passa desapercebida Desumanizando pouco a pouco Insociáveis de almas introvertidas Ermitões de nosso desatino Morre-se solitários como loucos E assim se deu nossa existência Trocando o real pela amizade virtual O raciocínio pela inteligência artificial E quem acompanhará nosso cortejo? Não haverá abraços, lagrimas e beijos? O distanciamento não permite a comoção Enlutados, das redes sociais, postarão A triste e solitária descida de nosso caixão. Autor: O autor Fonte: Bady Curi Neto |