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Eventual fusão deixaria a operação mais robusta que a da Ricardo Eletro + Insinuante

Luiza Helena Trajano, dona do Magazine Luiza, cansou de ser mera espectadora do processo de consolidação do varejo. A empresária chamou para si a responsabilidade de comandar um contra-ataque às fusões entre Casas Bahia e Ponto Frio e, mais recentemente, Ricardo Eletro e Insinuante.

Nos últimos dois meses, vem mantendo contatos com Flavio Rocha, dono da Riachuelo, e Adelino Colombo, controlador da Lojas Colombo. As conversas envolveriam a fusão entre as três redes varejistas, que daria origem a um grupo com receita anual de R$ 7,5 bilhões e mais de 900 lojas.

Juntas, Luiza, Riachuelo e Colombo ainda ficariam a milhas de distância do conglomerado Pão de Açúcar/Ponto Frio/Casas Bahia (R$ 40 bilhões de receita e 1,5 mil lojas) – isso, claro, se Abílio Diniz e os Klein seguirem sob o mesmo teto. Mas ultrapassaria a Máquina de Vendas, associação entre Ricardo Eletro e Insinuante, que soma 528 lojas e vendas na casa dos R$ 5 bilhões.

Procurada pelo RR - Negócios & Finanças, o Magazine Luiza negou as tratativas com as outras duas redes varejistas. Riachuelo e Lojas Colombo, por sua vez, não se pronunciaram até o fechamento desta edição.

Magazine Luiza, Riachuelo e Colombo têm uma grande complementaridade, a começar pelo aspecto territorial.O trio apresenta baixa sobreposição de lojas. A Colombo está praticamente restrita à região Sul. O Magazine Luiza concentra boa parte de sua rede no interior paulista. Já a Riachuelo tem uma operação mais espalhada pelo país, com uma presença significativa no Nordeste.

Os segmentos de atuação das três redes também se completam. Luiza e Colombo são fortes em eletroeletrônicos e móveis; a Riachuelo, na área de vestuário.

Se, para Luiza Helena Trajano e Flavio Rocha, a operação permitiria a ambos subir um degrau no varejo e se associar a uma rede com mais escala e presença nacional, no caso de Adelino Colombo a negociação tem outra dimensão. Ela pode também ser uma saída para os problemas de sucessão do grupo, um ponto de interrogação para o próprio Adelino, 78 anos.

Em 2008, Olivar Berlaver, genro do empresário e tido como favorito a assumir a presidência, deixou o grupo devido a desentendimentos familiares. Carlos Alberto e Karen Colombo, filhos de Adelino que atuam na gestão, seriam candidatos naturais à sucessão. No entanto, a ideia de entregar o comando a um dos dois não chega a empolgar o patriarca.

Nos últimos meses, o nome de outro Carlos Alberto ganhou força. Trata-se do neto de Adelino Colombo, que ocupa a diretoria comercial da empresa. O patriarca, contudo, ainda consideraria o executivo, de 28 anos, verde demais para o cargo.


Autor: Redação
Fonte: © Relatório Reservado

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