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Ata da 9ª reunião do Fórum Estadual de Defesa
do Consumidor/RS - novembro de 2004
Aos vinte e três dias do mês de novembro de 2004, às
9h, na sede do Banco Central, foi realizada a 9ª reunião
mensal do Fórum Estadual de Defesa do Consumidor. Estiveram
presentes 82 participantes, representando as seguintes entidades:
MINISTÉRIO PÚBLICO ESTADUAL, CEDECON, CONDECON/LAJEADO,
BANCO CENTRAL, FÓRUM, BRASILCON, ANATEL, ANVISA, INEC, REVISTA
DO CONSUMIDOR, PROCON/CACHOEIRINHA, PROCON/RS, PROCON/BENTO GONÇALVES,
PROCON/MONTENEGRO, PROCON/SÃO LEOPOLDO, PROCON/NOVO HAMBURGO,
DECON/RS, TRIBUNAL DA JUSTIÇA, FAMURS, INMETRO, OUVIDORIA
DO BANRISUL, ANVISA, OAB/RS, COMISSÃO ESPECIAL DE DEFESA
DO CONSUMIDOR - OAB/RS, CAPA, INFRAERO, PREFEITURA DE FARROUPILHA,
TRT - 4ª REGIÃO, SISTEMA FIERGS, AMRIGS, ABRANGE/RS,
SINAGEM/RS, SINDIHOSPA, UNIMED/FEDERAÇÃO, UNIDAS,
ANS/REGIONAL E NACIONAL, TRIBUNAL DE JUSTIÇA/RS, CAIXA DE
ASSISTÊNCIA DOS ADVOGADOS/RS, UNIMED/NORDESTE, UNIMED/PORTO
ALEGRE, UNIMED/ALEGRETE, SENERGISUL, CONSULTORIA CTS, CAPESESP,
CREMRS, SIMERS, ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA, POLICLINICA, UNIMED/ALTO
JACUÍ, CASSI - CAIXA ASSISTÊNCIA DO BANCO DO BRASIL,
CAPACITARG, BLUE LIFE, UNIMED/PORTO ALEGRE, CECOMED/RS, GLOBAL CONTAR,
advogados e profissionais liberais. Assunto tratado: Planos de Saúde
- Momento Atual, Perspectivas e Soluções. O tema foi
apresentado com muito brilhantismo e competência pela Diretora
Nacional de Fiscalização da ANS, Maria Stella Gregori.
Debatedores
convidados:
1.
Gilberto Teles - Diretor da SINAMGE/RS e da ABRAMGE/SUL: afirmou
que o atual momento da saúde complementar gera conflitos,
pois todo serviço tem um custo e que deve ser remunerado
e repassado ao consumidor. Nesse sentido, a estrutura atual de custo
sofre vários acréscimos e, muitas vezes, por força
de Lei ou cláusulas contratuais não pode ser repassado.
Pergunta-se: quem vai pagar a diferença? O nobre debatedor
recomenda que qualquer negociação deve envolver todos
os integrantes deste segmento e afirma que, atualmente, falta uma
normatização mais adequada para o setor.
2.
Loiva Serafini - Advogada do PROCON/RS: destacou a forma de
atendimento do PROCON, a existência, sim, de abusividade nos
aumentos de planos de saúde em contratos antigos, causando,
inclusive, prejuízos psicológicos aos usuários.
Informou, também, sobre a abertura de vários processos
administrativos pelo PROCON/RS, decorrentes de aumentos abusivos.
Reforçou a tese de que o Poder Público têm o
dever de buscar, permanentemente, o bem comum da sociedade.
3.
Paulo Martins - Consultor Jurídico da UNIMED/Federação:
afirmou que, muitas vezes, as operadoras são vistas pelos
usuários e sociedade como vilãs deste segmento. No
caso específico da UNIMED, que atua com base no princípio
do associativismo, a entidade não visa lucro. Reafirmou a
divergência existente nos reajustes dos planos de saúde
da UNIMED, sendo que os mesmos foram submetidos e aprovados pela
ANS, mas os referidos aumentos nem sempre são reconhecidos
pelo Poder Judiciário. Recomendou que o Fórum Estadual
de Defesa do Consumidor seja o condutor de uma proposta convergente
entre todos os atores deste segmento.
4.
Roger Santos Rosa - Diretor Técnico Estadual da UNIDAS/RS:
relatou, num primeiro momento, a modalidade de auto gestão
em saúde. Prosseguindo, informou que causa estranheza o porquê
do estado não regular entidades que estão vinculadas
ao Poder Público. Recomendou o modelo preventivo para os
planos privados, especialmente para os de auto gestão, o
que é baseado na experiência do sistema público/PSF.
5.
Alceu Alves da Silva - Vice-Presidente do Sindihospa: afirmou
que a atual legislação do setor da saúde suplementar
ampliou as coberturas aumentando os direitos dos consumidores sem
dar sustentação para as variáveis econômicas.
Desta forma, criou-se um abismo na relação coberturas/financiamento.
Recomendou que a ação da ANS não se dê,
apenas, no ambiente da regulamentação, mas, acima
de tudo, na regulação, tomando medidas em conjunto
com as operadoras e os prestadores, que mantenham o segmento sadio
e regulado. Destacou, ainda, os seguintes caminhos: necessidade
da ANS atuar fortemente na busca de soluções para
ampliar o número de usuários de planos de saúde,
em especial os planos empresariais, obtendo ganhos de escala; agregar
os empresários para debater e construir um novo modelo assistencial
e de relação financiamentos/resultados assistenciais
esperados; colocar os planos de saúde públicos (federais,
estaduais e municipais) ao abrigo da legislação; rever,
em casos seletivos e especiais, a sub-segmentação.
6.
Newton Barros - Presidente da AMRIGS: destacou sua preocupação
com as categorias de profissionais que atuam no segmento da saúde
suplementar, no que diz respeito à remuneração
e algumas cláusulas contratuais abusivas entre esses profissionais
e operadoras de planos de saúde. Destacou que muitas pessoas
abandonam os seus planos de saúde pelo alto custo dos mesmos.
Informou que existe um movimento, a nível nacional, dos profissionais
deste segmento, na busca de remuneração mais justa
para seus serviços. Recomendou, por fim, que o atual impasse
entre profissionais e operadoras poderá trazer prejuízos
ao segmento e, principalmente, aos seus usuários (consumidores).
Destacamos
que a participação dos debatedores foi oportuna e
inteligente, onde todos agregaram, qualitativamente, para o excelente
tema apresentado. Feita apresentação dos debatedores
o público presente fez significativas colocações
como: a unimilitância dos profissionais, a necessidade da
existência de cálculos atuariais e mais controle nos
planos de saúde, altos custos causados pela inovação
tecnológica, quem vai controlar os aumentos dos fornecedores
de produtos ou serviços para as operadoras, como fica a cobertura
de doenças exigidas pela OMS e que não estão
previstas nos planos de saúde, quando o Estado vai atuar
com mais atenção na saúde pública, como
reverter a imagem do médico neste segmento. Todos os contra
pontos feitos pelo público presente foram respondidos, com
muita propriedade e competência, pela apresentadora do tema,
Maria Stela Gregori. Ao final, os integrantes do Fórum comprometem-se
a discutir e aprofundar o tema com todos os integrantes do segmento
e encaminhar sugestões para a Câmara de Saúde
Suplementar, ANS e DPDC/MJ. |