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Ata da 8ª reunião do Fórum Estadual de Defesa
do Consumidor/RS - outubro de 2004
No
dia 08 de outubro de 2004, às 9h30, na sede do Banco Central,
foi realizada a 7ª reunião mensal do Fórum Estadual
de Defesa do Consumidor. Estiveram presentes 53, representando as
seguintes entidades: Ministério Público Estadual,
CEDECON, CONDECON/Lajeado, Banco Central, FÓRUM, BRASILCON,
ANATEL, SINDILOJAS, SMIC/POA, Ministério da Agricultura,
INEC, AGERGS, PROCON/RS, PROCON/Cachoeirinha, PROCON/Bento Gonçalves,
DPA, CISPOA/Sec. Agricultura, PROCON/Montenegro, PROCON/São
Leopoldo, PROCON/Novo Hamburgo, DECON/RS, FIEGRS, NET Sul, Grupo
Ipiranga, INAOSC, Secretaria Estadual da Fazenda, ACI - Novo Hamburgo,
Tribunal da Justiça, CEIC, FAMURS, INMETRO, Movimento das
Donas de Casa/RS, Ouvidoria do BANRISUL, Defensoria Pública
Estadual, ANVISA, OAB/RS, Consumidor-RS, Vigilância Sanitária
Estadual, advogados e profissionais liberais.
Assunto tratado:
PIRATARIA: causas, conseqüências e como minimizar
prejuízos através de ações efetivas
de fiscalização. O tema foi apresentado com muito
brilhantismo e competência pelos convidados:
1
- CARLOS MIGUEL LOCKS XAVIER - Delegado Titular do DECON/RS:
iniciou apresentando as competências do DEIC e do próprio
DECON. Ressaltou que as referidas unidades têm competências
e atuam no combate ao crime organizado e, também, no caso
do DECON, combate ao crime na relação de consumo.
As ações começam por várias iniciativas,
como por exemplo, notícias e/ou anúncios de jornais
e que demonstram possíveis crimes na relação
de consumo. Identificada a situação, inicia-se a ação,
sempre, articulada com demais órgãos do DEIC (Delegacia
Fazendária, Delegacia de Roubo de Cargas e Defraudações
e Delegacia de Capturas) que, também, convergem e atuam de
forma integrada, para ter resultados eficazes e eficientes no combate
do crime organizado. Destacou que, apesar de estar assumindo, recentemente,
o comando do DECON já realizou duas operações
neste segmento de pirataria, com apreensões de produtos impróprios
para o consumo, efetuando prisões dos responsáveis.
Chamou atenção que essas ações devem
ser sempre articuladas, mas nunca devem deixar de ser executadas.
2
- CLAÚDIO BONATTO - Procurador de Justiça e Mestre:
iniciou sua apresentação denunciando que teria ouvido
da banda Tequila Baby, no programa Consumidor em Pauta, na TVE,
onde a referida banda havia lançado um CD, que apenas 3 dias
após o lançamento, o mesmo (pirata) estava sendo vendido
por apenas R$ 1,25. Destacou todos os pontos legais possíveis
que as autoridades públicas podem e devem enquadrar na comercialização
de produtos ou serviços impróprios para o consumo,
tais como: os artigos 10, 18 e 20 do CDC, artigos 12 e 18 do Decreto
nº 2181/97 e a Lei 8.137. Chamou atenção de todos
os presentes que a nossa sociedade está doente, ou seja,
encontra-se na UTI . Nesse sentido, alertou que as ações
deverão ser efetivas, criativas e integradas por todos os
órgãos públicos que atuam e possuem a missão
de fiscalizar e proteger os direitos dos cidadãos. Fez uma
alerta sobre algumas interpretações dadas pelo poder
judiciário, no que tange aos crimes contra a relação
de consumo.
3
- LEANDRO DAILLO COIMBRA - Delegado da Polícia Federal:
destacou as atuações da Polícia Federal no
campo da pirataria. Nesse sentido, a PF atua na identificação
do crime e repassa as informações ao Estado. Informou,
também, que esta vem atuando com o Governo do Paraguai no
sentido de desenvolver ações conjuntas para combater
o contrabando, falsificações de produtos e demais
práticas ilegais.
4
- EDSON SILVA - Secretário da SMIC POA: destacou que
a pirataria é um problema complexo e, como tal, é
decorrente da sociedade contemporânea, consumerista, e do
desenvolvimento tecnológico. A conseqüência deste
fenômeno é dramática para a sociedade, estado
e para o cidadão. As causas da pirataria levam à sonegação
de impostos, incentivo à economia informal, desrespeitos
aos direitos dos consumidores, fomento à corrupção,
exploração de mão-de-obra infantil, trabalho
escravo, roubos, tráfico de drogas, lavagem de dinheiro e
outras conseqüências graves para a sociedade. O Secretário
afirmou, taxativamente, que o Estado está perdendo esta batalha
e recomendou ações e atitudes, de forma organizada
e articulada, caso contrário, não haverá êxito
em ações que estão acontecendo de forma fragilizada
e desarticulada. Destacou, ainda, como sugestão, que o Estado
deve atacar o problema da pirataria de forma sinérgica, como
um problema complexo (envolve vários segmentos ilegais),
com visão sistêmica e urgentemente, através
de grande campanha de conscientização de toda sociedade.
5
- JOSÉ ALCEU MARCONATO - Presidente do SINDILOJAS: destacou
a necessidade de atacar o problema da pirataria de forma efetiva
e pragmática, pois as leis brasileiras, hoje existentes,
são eficazes e suficientes para coibir tal prática
ilegal. Observou que o principal problema está na parte operacional
de combate à pirataria. Apresentou alguns dados como: a economia
informal no Brasil representa, hoje, 30% do PIB e é o setor
que mais cresce, a ponto de considerar o surgimento do 4º setor
da economia. Outro dado que surpreendeu é em relação
à população economicamente ativa, ou seja,
dos 70 milhões de trabalhadores existentes no Brasil, apenas
1/3 possui carteira assinada. A situação envolve aspectos
econômicos e sociais, mas, principalmente, está faltando
vontade política para agir de forma integrada e efetiva.
Ao final da sua apresentação, deixou a seguinte proposta,
no caso de Porto Alegre: estabelecer espaços delimitados
para os camelôs. Nesse caso, sugeriu a criação
de shoppings populares, liberando a beleza arquitetônica e
a convivência harmônica entre pessoas e comércio.
Encerrou afirmando que não podemos continuar convivendo com
essa situação de ilegalidade. Feita a apresentação
do painel foi dada a oportunidade para o público fazer o
contraponto.
6
- ALEXANDRE APPEL - Coordenador Executivo do PROCON/RS: abordou
três assuntos de grande preocupação e relevância:
a)
Incidência de grande número de reclamações
por parte de consumidores envolvendo anúncios de produtos
de informática, veiculados especialmente no jornal Zero Hora;
b)
Grande número de reclamações de consumidores
(alunos de Escolas de Cursos Supletivos - EJA´S - Escolas
de Jovens Adultos). Neste assunto, o PROCON/RS apresentou, no dia
07/10/2004, relatório completo para a Presidente do Conselho
Estadual de Educação e para a Secretaria Estadual
da Educação. Segundo Appel, estão previstas,
nos próximos dias, ações de fiscalizações
nos estabelecimentos de ensino;
c)
Denúncias de produtos pirateados/falsificados vendidos em
shopping center da nossa capital, que serão alvo de investigação
sigilosa por parte do PROCON/RS.
7
- FRANCISCO JOSÉ MOESCH - Desembargador: destacou a cadeia
de tributos e taxas que o Estado deixa de arrecadar e, como conseqüência,
todos perdem com o fenômeno da pirataria e suas conexões
para outras atividades ilegais. Apresentou sugestão que foi
aceita por todos os integrantes no sentido de encaminhar uma proposta
do Fórum Estadual de Defesa do Consumidor, ao Secretário
de Justiça e Segurança, ao Secretário do Trabalho
Ação Social e Cidadania, ao Prefeito de Porto Alegre,
ao Procurador Geral do Estado e demais órgãos públicos
diretamente envolvidos com essa causa no sentido de agregar e articular,
de forma orgânica e efetiva, uma ação consistente
para minimizar os problemas decorrentes da pirataria.
8
- EDVINO NORBETO ECHAEFPER - Diretor da ACI/Novo Hamburgo: fez
grave denúncia de pirataria de calçados que está
afetando o referido ramo em Novo Hamburgo. Após a explanação,
foi orientado pelos palestrantes que, neste caso, deve-se proceder
através das seguintes medidas:
a)
Denunciar ao DEIC e/ou DECON, por tratar-se de crime organizado
e crime na relação de consumo;
b)
Fazer uma representação administrativa no PROCON ou
no Ministério Público;
c)
Ingressar com ação judicial, requerendo a busca e
apreensão das mercadorias falsificadas.
9
- EDI MUSSOI - Presidente do Movimento das Donas de Casas/RS:
sugeriu ao Fórum de Defesa do Consumidor que lidere uma campanha
educativa e de interesse coletivo utilizando, inclusive, o programa
Consumidor em Pauta, da TVE.
10
- PAULO VALÉRIO DAL PAI MORAES - Procurador de Justiça
do MPE: informou que estava na reunião do Fórum como
representante do Ministério Público Estadual, por
indicação do Sub-Procurador Geral Mauro Renner. Moraes
sugeriu, e foi aceito por todos, a inclusão do Ministério
Público Estadual na sugestão proposta pelo Desembargador
Francisco José Moesch, registrada acima. O Presidente do
Fórum, Alcebíades Santini, informou a realização
do evento "SEMINÁRIO INTERNACIONAL - Defensoria Pública
e Proteção do Consumidor", que será realizado
no Salão Nobre da Faculdade de Direito da UFRGS, no período
de 21 a 23/10/04, com entrada franca. Maiores informações
poderão ser obtidas junto à própria Defensoria
Pública, pelo fone 3211-2233, com Adriana Burger.
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