ICEC-RS sofreu abalo em todos os eixos avaliados pela pesquisa
A edição de junho da pesquisa do Índice de Confiança dos Empresários do Comércio Gaúcho (ICEC-RS) registrou 93,4 pontos. Os dados foram coletados nos últimos dez dias de maio, em Porto Alegre, e foram divulgados pela Fecomércio-RS. O ICEC-RS não registrava valores abaixo da linha dos 100,0 pontos desde maio de 2021 (90,1 pontos).
Devido ao período de coleta das informações, esta edição ficou marcada pela influência da crise climática que atingiu o estado no mês de maio. Na comparação com o mês anterior houve queda de 11,7% na margem e em relação ao mesmo mês de 2023 o índice teve queda de 13,2%. Todas as três dimensões da pesquisa foram afetadas negativamente. As quedas mais intensas vieram das avaliações de situação atual e também das condições para o investimento. No entanto, as expectativas também apresentaram acentuado recuo na métrica marginal.
O Índice de Condição Atual (ICAEC) caiu 15,1% na margem e 11,7% na comparação interanual. Já o IIEC (investimentos) teve recuo marginal de 11,4% e também de 11,4% na comparação com junho de 2023. As expectativas (IIEC) por sua vez, registraram recuo de 9,8% na margem e perdas de 15,4% em relação ao mesmo período do ano anterior.
O resultado negativo era esperado e sucedeu uma queda já verificada em maio de 2024. Apesar dos dados de atividade do primeiro trimestre para o estado revelarem que a economia seguia robusta, existia receios com o cenário nacional e com os efeitos do fim de incentivos fiscais, o que resultaria numa carga tributária maior. No entanto, o índice de junho de 2024 (que faz referência aos últimos 10 dias de maio) resulta, fortemente, do cenário regional. A pesquisa foi realizada em Porto Alegre, área fortemente atingida por alagamentos e que teve ao longo do mês-calendário de maio o seu pior momento durante a catástrofe climática. Os impactos sobre o comércio são tanto diretos quanto indiretos. Parte das perdas serão recuperadas pelos esforços de reconstrução, mas a dinâmica da recuperação ainda é uma dúvida. A confiança do empresariado local refletirá fortemente os efeitos decorrentes da eficiência das medidas de recuperação econômica quanto das medidas que impeçam que tragédias como essa se repitam.
"O que aconteceu aqui foi uma tragédia. Precisamos de medidas efetivas e eficientes para reconstruir nosso estado. A confiança é um indicador antecedente relevante da atividade econômica. Se quisermos ser um estado pujante, precisamos que os empreendedores tenham a confiança necessária para realizar seus investimentos aqui. E para isso, precisamos fazer com que os empresários tenham o apoio necessário para recomeçarem e, principalmente, a certeza de que todo o possível para que essa situação não se repita já está sendo feito hoje." comentou o presidente da Fecomércio-RS, Luiz Carlos Bohn. Confira os dados completos e análise econômica.