“Esta alta já havia sido antecipada. Hoje seguimos com um cenário de atividade econômica nacional ainda muito resiliente e um mercado de trabalho que surpreende na geração de vagas.
Essa conjuntura ajuda a explicar o porquê do lado da inflação não ter havido melhoras desde a última reunião. Além disso, ainda no cenário interno, há muitas dúvidas sobre a disposição do governo em cortar gastos e sobre a condução da política monetária sob nova presidência do Banco Central.
No cenário externo, por sua vez, há os impactos decorrentes dos resultados das eleições americanas, as já existentes dificuldades econômicas da China e o crescente risco geopolítico no Oriente Médio que, associados a fatores internos, colaboram para a desvalorização cambial.
O aumento de 0,50 p.p. nesse sentido, além de diminuir o ímpeto de demanda, reduzindo a inflação corrente, busca contribuir para a reancoragem das expectativas, via ganho de credibilidade. Mas isso vem a um custo alto... Esse aumento da taxa de juros tem um impacto relevante sobre famílias e empresas, especialmente no caso do Rio Grande do Sul que ainda luta para se reconstruir. O controle dos gastos públicos tem papel fundamental para reduzir a alta e o tempo em que as taxas permanecerão elevadas.”