A Hope divulgou nota hoje em resposta à iniciativa da Secretaria de Políticas para as Mulheres, ligada à Presidência da República, que foi ao Conar pedindo a suspensão da campanha “Hope ensina”, em que Gisele Bündchen aparece de lingerie na hora de dar uma má notícia ao parceiro. O uso da sensualidade seria a “dica” da marca para contornar situações adversas (assista abaixo).
No entendimento da Secretaria, a empresa "ensina" como a sensualidade pode deixar qualquer homem "derretido". “Nela, a modelo Gisele Bundchen estimula as mulheres brasileiras a fazerem uso de seu "charme" (exposição do corpo e insinuações) para amenizar possíveis reações de seus companheiros frente a incidentes do cotidiano”, diz a SPM, em nota divulgada nesta terça-feira.
De acordo com a SPM, sua ouvidoria recebeu reclamações indignadas a respeito da propaganda, no ar desde o dia 20. E decidiu enviar dois ofícios – um ao Conar e outro a um diretor da Hope, Sylvio Korytowski, manifestando repúdio à campanha.
“A propaganda promove o reforço do esteriótipo equivocado da mulher como objeto sexual de seu marido e ignora os grande avanços que temos alcançado para desconstruir práticas e pensamentos sexistas. Também apresenta conteúdo discriminatório contra a mulher, infringindo os arts. 1° e 5° da Constituição Federal”, argumenta a Secretaria.
Resposta – Na “Nota à Secretaria de Políticas para as Mulheres (SPM)”, a Hope apresenta sua posição. Veja a íntegra:
“Em relação às denúncias recebidas por essa Secretaria por conta da campanha publicitária “Hope ensina”, a Hope, empresa com 45 anos de história e que sempre primou pela excelente relação com as suas consumidoras, esclarece que a propaganda teve o objetivo claro e bem definido de mostrar, de forma bem-humorada, que a sensualidade natural da mulher brasileira, reconhecida mundialmente, pode ser uma arma eficaz no momento de dar uma má notícia. E que utilizando uma lingerie Hope seu poder de convencimento será ainda maior.
Os exemplos nunca tiveram a intenção de parecer sexistas, mas sim, cotidianos de um casal. Bater o carro, extrapolar nas compras ou ter que receber uma nova pessoa em sua casa por tempo indeterminado são fatos desagradáveis que podem acontecer na vida de qualquer casal, seja o agente da ação homem ou mulher.
Foi exatamente para evitar que fôssemos analisados sob o viés da subserviência ou dependência financeira da mulher que utilizamos a modelo Gisele Bundchen, uma das brasileiras mais bem sucedidas internacionalmente. Gisele está ali para evidenciar que todas as situações apresentadas na campanha são brincadeiras, piadas do dia-a-dia, e em hipótese alguma devem ser tomadas como depreciativas da figura feminina. Seria absurdo se nós, que vivemos da preferência das mulheres, tomássemos qualquer atitude que desvalorizasse nosso público consumidor”.
A nota é assinada pela diretora de marketing da Hope, Sandra Chayo.
Assista a um dois comerciais. A campanha foi criada pela Giovanni+Draftfcb.