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Debate na Federasul
   
     
 


22/07/2010

Debate na Federasul
Candidatos no RS prometem equilíbrio fiscal

ANA PAULA APRATO/JC
José Fogaça, Tarso Genro e Yeda Crusius responderam ao empresariado
José Fogaça, Tarso Genro e Yeda Crusius responderam ao empresariado

Os três candidatos ao Palácio Piratini mais bem colocados nas pesquisas de intenção de voto participaram ontem do Tá na Mesa da Federasul e garantiram, ao serem questionados pelo empresariado, que irão manter o equilíbrio nas contas do Estado. Yeda destacou sua gestão e o corte que fez no custeio. Fogaça lembrou sua sequência de superávits na prefeitura de Porto Alegre. E Tarso defendeu a racionalização de gastos do Estado aliada à promoção do desenvolvimento econômico. Além de três blocos de perguntas, os políticos tiveram a oportunidade para apresentar um resumo de suas propostas para governar o Estado pelos próximos quatro anos. O encontro marcou o primeiro evento da eleição em que os candidatos permaneceram lado a lado.

Candidatos prometeram manter equilíbrio fiscal

Os candidatos ao governo do Estado José Fogaça (PMDB), Tarso Genro (PT) e Yeda Crusius (PSDB) prometeram manter o equilíbrio fiscal do Estado, ontem, na reunião-almoço Tá na Mesa da Federasul. Questionados se controlariam os gastos em detrimento dos investimentos, eles se comprometeram a conter a aplicação de recursos sem deixar de investir em áreas deficientes.

Yeda destacou seu método de gestão, que apostou no corte de 30% dos gastos de custeio. "Fiz crescer a arrecadação com diminuição das alíquotas", completou. Com o controle, afirmou Yeda, os secretários passam a ter orçamento para investir nos projetos.

Tarso defendeu a racionalização de gastos. Mas fez uma ressalva: "Não se pode fazer ajustes sem que haja desenvolvimento". Ele acredita que o aporte em tecnologia deve fazer parte do projeto para o Estado.

Fogaça lembrou sua experiência à frente da prefeitura de Porto Alegre, "uma gestão eficiente no controle das contas públicas". Salientou que a Capital obteve superávit pelo sexto ano consecutivo e disse que irá, se governador, combater discrepâncias entre as regiões.

O peemedebista se apresentou como o candidato da mudança, mas reconheceu que pretende manter "o patrimônio de esforços acumulados para dar um salto de qualidade para o Estado". Disse que o equilíbrio das contas irá propiciar a recomposição dos serviços públicos. E apontou que seu governo será firmado em três eixos: compromisso com a estabilidade política e das contas públicas e investimento no desenvolvimento regional.

Tarso, que foi o primeiro a ter a palavra, afirmou que pretende reproduzir no Estado o modelo de gestão do governo federal, com desenvolvimento sustentado na distribuição de renda. Ele pretende repetir no Rio Grande do Sul o Conselho Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social. "Vamos propor projetos neste conselho, que terá diversos representantes como a Federasul", sugeriu.

Yeda destacou o aval do Banco Mundial para que o Estado receba a segunda parcela do empréstimo de US$ 1,1 bilhão. Ela disse que deseja dar continuidade ao seu modelo de gestão. Aposta em uma distribuição de investimentos através de consulta pública, estruturada nos Conselhos Regionais de Desenvolvimento (Coredes). "O orçamento é regional, por decisão dos Coredes."

Discussão teve clima cordial e ataques foram sutis

Apesar de ter sido cordial e respeitoso, o debate de ontem entre os três principais candidatos ao Palácio Piratini na Federasul foi palco de um ataque sutil - mas com endereço certo - do petista Tarso Genro à governadora Yeda Crusius (PSDB). O ex-ministro jogou um balde de água fria na principal conquista recente da tucana: a liberação da segunda parcela (US$ 450 milhões) de empréstimo do Banco Mundial.

Enquanto a governadora tem apregoado que a verba reflete uma conquista de seu governo, que mereceu a confiança do organismo internacional, Tarso disse que o processo de reestruturação da dívida pública começou no governo de Germano Rigotto (PMDB, 2003-2006). Ele afirmou que ligou para o peemedebista em 2003, quando atuava como secretário especial do Conselho Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, para comunicar que o governo do Ceará estava renegociando sua dívida pública através do Banco Mundial. A partir daí, o petista intermediou o contato entre os dois governos para discutirem o assunto. "É preciso fazer justiça ao Rigotto", declarou.

O comentário irritou a governadora. "Mulher não tem problema com autoria. O filho nasce e ela sabe que é dela", reagiu. Ao ser questionada pelos jornalistas sobre o reconhecimento dado por Tarso ao seu antecessor, Yeda desconversou. "Não vou entrar nessa. Estou muito feliz porque saneamos as finanças públicas com a confiança internacional", comemorou.

Ao comentar o assunto, José Fogaça (PMDB) afirmou que uma grande operação financeira nunca acontece durante apenas uma gestão. "O governo que começa nem sempre é o que acaba sendo privilegiado pela captação dos recursos", disse. Rigotto, que esteve na Federasul, não escondeu a felicidade com o afago do petista. "Realmente o processo de reestruturação da dívida com empréstimo do Bando Mundial começou lá atrás. É muito gratificante a lembrança do Tarso nesse sentido."

Fogaça ressalta que foco é o desenvolvimento

O discurso do candidato José Fogaça (PMDB) ontem na Federasul foi centrado em sua principal bandeira de campanha: o desenvolvimento regional. "Nosso foco e alvo primordial é esse. Assim vamos garantir a excelência das cadeias produtivas do Estado", pontuou o cabeça de chapa da coligação liderada pelo PMDB.

O ex-prefeito de Porto Alegre toma como base o estudo "Rumos 2015", elaborado durante o governo de Germano Rigotto (PMDB, 2003-2006). O documento aponta as necessidades específicas das regiões gaúchas.
O peemedebista defendeu uma postura diferenciada do Rio Grande do Sul em relação ao governo federal.

"Precisamos de uma mudança agregadora para que o Estado dialogue de frente com o Brasil", assinalou o ex-prefeito.

Fogaça propôs também a manutenção do ajuste fiscal, enfocando a sustentabilidade das contas públicas. "Farei uma gestão que terá um controle matricial sobre a arrecadação e as despesas", assegurou.

Yeda quer ampliar o Simples Gaúcho

Pautada pela divulgação dos ganhos de sua gestão, a governadora Yeda Crusius (PSDB) disse ontem na Federasul que, se for reeleita, investirá na ampliação do Simples Gaúcho como forma de incentivar o setor de serviços. "O comércio precisa estar junto com o governo para criarmos um novo Simples", conclamou.
A tucana ressaltou a necessidade de atrair novos nichos industriais ao Estado, destacando o exemplo da produção de plástico verde no Polo Petroquímico de Triunfo. "Precisamos apostar naquilo em que somos referência."

Focada no equilíbrio das contas - a principal bandeira de seu mandato -, Yeda prometeu dar continuidade ao racionamento de custos. "Conseguimos algo inédito ao cortar 30% dos gastos de custeio ainda no primeiro ano de governo", comemorou, acrescentando que vai aprofundar a qualidade de gestão e a capacidade de investimento.

Tarso defende manutenção do mínimo regional

Questionado ontem na Federasul sobre a manutenção do salário-mínimo regional no Estado, o candidato petista ao Palácio Piratini, Tarso Genro, defendeu a permanência da remuneração. Ele rechaçou a tese de que o piso é responsável pelo crescimento da informalidade.

"O que provoca isso são os altos impostos sobre pequenas empresas", argumentou. A posição do candidato diverge do apregoado pelos empresários, que desejam a extinção do piso gaúcho.

Para o desenvolvimento regional, o ex-ministro aposta na concessão de isenção fiscal a pequenas e médias empresas como forma de estimular cadeias produtivas locais. "Temos que desenvolver as bases produtivas locais com incentivos e mirando o mercado mundial", propôs.

O petista defendeu com ressalvas a manutenção do equilíbrio nas contas públicas. "É preciso racionalizar gastos, mas sem tomar medidas draconianas para garantir o ajuste fiscal", ponderou.

José Fogaça, Tarso Genro e Yeda Crusius respondem ao empresariado

Além do equilíbrio das contas públicas e investimentos, os candidatos responderam ontem a diversas perguntas elaboradas pela assessoria técnica da Federasul.

José Fogaça falou sobre o peso da Previdência para o Estado. Disse que um projeto para reduzir os custos nas aposentadorias complementares deve ser construído com os servidores. "A questão é financeira, previdenciária, atuarial e política", analisou. O ex-prefeito de Porto Alegre pretende utilizar o projeto encaminhado pelo atual governo para a Assembleia Legislativa, mas com aprimoramentos.

Fogaça também falou sobre segurança, fazendo uma análise dos problemas do sistema prisional gaúcho. "Há um déficit de vagas. A cada ano cerca de 1.300 policiais deixam a corporação", alertou. Ele sustentou que o próximo governador deve reformar a estrutura de segurança.

Tarso foi questionado sobre o declínio do PIB gaúcho em relação ao do País. Ele avalia que o próximo governo deve dar estímulos para o desenvolvimento das cadeias produtivas locais, para gerar produtos que a população consome. "Iremos simplificar e reduzir a carga tributária para pequenas e microempresas", acrescentou o petista.
Yeda, antes da sabatina, iniciou sua fala prestando uma homenagem ao ex-vereador e secretário-adjunto municipal da Copa do Mundo de 2014 Ervino Besson, que faleceu na terça-feira e foi enterrado ontem. Depois, a candidata à reeleição explicou como pretende enfrentar a pirataria e a falta de transparência tributária no setor de comércio e serviços. "Reduzimos mais de 36% da carga das micro e pequenas empresas".

A governadora também falou sobre projetos na área de produção de energia, como plantio de cana e produção de etanol, e em investimentos na recuperação de rodovias e hidrovias com o apoio da iniciativa privada.

Bastidores

O caso da dissidência de Alceu Collares (PDT) continua repercutindo. Ontem na Federasul, o presidente estadual do PMDB, Pedro Simon, avaliou que a polêmica não vai afetar a campanha de Fogaça. "É um problema interno do PDT. Collares tem direito de dar a opinião dele, não acredito que isso vá influenciar muito."

O presidente estadual do PDT, Romildo Bolzan, disse que, mesmo com a posição do ministro Carlos Lupi a favor de Collares, o caso já teve um encaminhamento. "Não importa a decisão que o diretório nacional tomar, punir ou arquivar o caso. Nossa parte já foi feita: Collares não fala mais pelo PDT."

O presidente da Federasul, José Paulo Cairoli, fez um balanço positivo do encontro com os candidatos: "Não houve ataques. O debate foi focado nas proposições." Apesar de lamentar o curto tempo para a discussão, a Federasul só deve fazer outro encontro se houver segundo turno.

Fonte: Jornal do Comércio
Autor: Fernanda Bastos e Samir Oliveira
Revisão e edição: de responsabilidade da fonte

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