"As mudanças no mercado de telecomunicações ocorridas recentemente só trarão benefícios para os consumidores". A avaliação é do presidente da Teleco, consultoria especializada em telecomunicações, Eduardo Tude. Contudo, tais alterações só vão ser sentidas a partir do próximo ano.

Na última quarta (28), a Portugal Telecom anunciou um acordo feito com a controladora da Oi, a Tele Norte Leste Participações, que garante a participação da empresa portuguesa em aproximadamente 22% do capital da Oi. A empresa portuguesa também anunciou a venda de sua participação na Vivo para a espanhola Telefónica, que agora detém o controle da operadora. 

Independentemente do que ocorrer no mercado devido a essas transações, para os consumidores, Tude só vê benefícios. “A entrada da Portugal Telecom na Oi vai permitir uma injeção de capital na empresa, permitindo, dessa forma, a oferta de um serviço melhor para o consumidor”, acredita.

Qualidade e preço

O presidente da consultoria explica que, no caso das empresas de telefonia, além da elevação da qualidade, o incremento de investimentos pode fazer com que haja, a longo prazo, uma queda de preços dos serviços oferecidos. 

“Para viabilizar essa melhoria da qualidade de serviços e mesmo queda no preço é preciso investimentos pesados”, explica. E é o que deve acontecer, principalmente no caso da Portugal Telecom e Oi.

De acordo com Tude, a empresa brasileira perdia mercado, principalmente fora de São Paulo, por ter reduzido os investimentos, devido à negociação com a Brasil Telecom. Com isso, acabava perdendo espaço para outras operadoras.

Tude acredita que a participação da empresa portuguesa nos negócios da Oi permitirá, também, ampliar a oferta de serviços como banda larga fixa e móvel. “A empresa vai passar a ser mais agressiva com relação à qualidade de serviço da banda larga”, acredita.

Novas alterações

Analisando o mercado hoje, o presidente da consultoria não enxerga novos horizontes para mais negociações. “Existem poucos alvos de aquisição no mercado brasileiro”, afirma. Para ele, se ocorrer alguma movimentação nesse sentido, deve ser com grupos menores, como a Tim, Nextel e GVT.