Anos depois de os primeiros modelos chegarem ao mercado, hoje é possível encontrar smartphones de todos os preços, para todos os bolsos. Com isso, já pode ser observada uma mudança no comportamento do brasileiro consumidor de celulares.
O co-fundador da MobileMonday SP, Fernando SC Dias, explica que a tendência para os smartphones é de queda constante nos preços, apesar dos frequentes lançamentos e implementações de novos recursos.
“O iPhone, por exemplo, é um modelo que já caiu bastante de preço com o lançamento do iPhone 3G e 3GS. Deve cair ainda mais quando sair o 4G”, disse Dias. “Já a Motorola, Nokia e LG, por exemplo, já fabricam modelos que são baratos desde o lançamento, acessíveis às classes C e D”, completou.
Um estudo da TNS Research, divulgado no início deste ano, apontou que 19% dos brasileiros entrevistados pretendiam comprar um smartphone no primeiro semestre de 2010 - índice significativamente maior que o registrado em outros países da região, como Argentina (9%), Colômbia (7%), Guatemala (6%) e México (8%).
Além da voz
O maior consumo dos smartphones, segundo o especialista, tem feito com que as pessoas que antes apenas faziam downloads para o aparelho, baixando jogos, músicas e papéis de parede, agora substituam por interação, por meio de aplicativos sociais de grandes redes.
“Na prática, o celular já é uma porta de contato. Se você transmite voz, você também consegue transmitir dados. O smartphone acaba sendo um aparelho que penetra naturalmente no mercado, sendo uma evolução natural da tecnologia, pois com ele você consegue se conectar à sua conta de e-mail e acessar suas redes sociais em tempo real”, comentou Dias.
Os preços da transmissão de dados, para Dias, têm sido cada dia menos proibitivos para o uso de tais aplicações pelos novos consumidores. De acordo com ele, há operadoras que já oferecem pacotes de dados mais simples por cerca de R$ 9 mensais. “Com um smartphone mais barato, que você encontra até por uma prestação de R$ 20 mensais, você já atinge um consumidor por R$ 29 por mês. Um preço nada absurdo. E essa tendência tem feito com que o smartphone seja mais popularizado”, afirmou.
O sucesso das redes sociais, disse ele, serve de propaganda para os smartphones, uma vez que o brasileiro já é grande adepto dos sites de relacionamento e interação. “Especialmente nas grandes cidades, nas quais você passa muito tempo no trânsito ou no transporte público, o smartphone permite que se fique interagindo nas redes”.
Comunicadores
Outra tendência apontada pelo especialista no setor de mobilidade, é o número de usuários conectados, pelo smartphone, a comunicadores on-line, o que levanta dúvidas se tais serviços não podem roubar a receita de serviços de voz das operadoras. Na opinião de Dias, esses serviços são adicionais, mas não devem refletir muito na voz.
“O brasileiro ainda faz muita ligação, é cultural. Já disseram muito que os dados iam destruir a receita de voz, mas as duas tecnologias têm capacidade de conviver. Conversar ainda é algo prazeroso, da mesma forma que você continuará digitando”, concluiu.