O Terra Brasil se prepara para instalar um laboratório de desenvolvimento de tecnologia para o Terra TV dentro do Instituto de Informática da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs). Com a exclusividade na transmissão no País dos Jogos Olímpicos pela rede mundial, o portal espera alcançar uma evolução considerável na qualidade da imagem e do som nesse tipo de ambiente nos próximos anos.

"Queremos que já em 2012, nas Olimpíadas de Londres, possamos usar tecnologias inovadoras para a oferta de conteúdo de TV na web", afirma o diretor-geral do Terra, Paulo Castro. Será o marco inicial do projeto, que deverá estar totalmente finalizado para as Olimpíadas de 2016, que acontecem no Brasil. O projeto Plataforma de Distribuição de Conteúdo Internet TV Multidispositivos e Grande Simultaneidade de Usuários foi submetido e aprovado recentemente. No total, serão R$ 3,7 milhões de recursos da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) mais uma contrapartida de R$ 500 mil do Terra, totalizando R$ 4,2 milhões.

Parte dos recursos será utilizada na construção física do laboratório, cuja sede definitiva será localizada em um novo prédio do Instituto de Informática. A construção começa em 2011. A transmissão ao vivo de conteúdo televisivo pela internet costuma atrair audiência, especialmente, em eventos esportivos de grande apelo popular.

O desafio técnico é a distribuição de conteúdo com qualidade, a partir do momento em que milhões de pessoas acessam simultaneamente os canais.

Nessas situações, o grande risco é que o sistema fique lento e a qualidade do vídeo e áudio fiquem prejudicados. "As soluções técnicas que existem hoje não são suficientes. A nossa ideia é investigar soluções que permitam garantir máxima qualidade na transmissão", revela o diretor do Instituto de Informática da universidade, Flávio Rech Wagner.

Outro desafio é oferecer um acesso de qualidade à TV na web através de multidispositivos, como computadores pessoais, TV digital e celulares com diferentes resoluções de tela. Em cada plataforma os conteúdos precisam ser adaptados.

O trabalho realizado no TerraLabs será multidisciplinar, reunindo profissionais das áreas de redes de computadores, sistemas distribuídos e multimídia. Serão dez professores da universidade envolvidos e mais dez pessoas que serão contratadas.

De acordo com Wagner, esse projeto tem duração prevista de três anos, mas a expectativa é que o TerraLabs seja um laboratório permanente, envolvendo novos projetos futuramente. O Terra possui uma relação antiga com o Rio Grande do Sul. Foi fundado por gaúchos em 1990, como Nutec. Depois de alguns anos, passou a se chamar ZAZ até que, em 2000, foi adquirido pela Telefônica espanhola.

A empresa tem hoje 620 funcionários no País, sendo metade deles em Porto Alegre, onde fica a área de desenvolvimento e atendimento da empresa. Foi no Estado que foi criado o próprio modelo de TV na internet do Terra, que agora é usado em toda rede do Terra na América Latina, Espanha e Inglaterra.