São Paulo - Por meio de um comunicado, a Cosan afirma que abriu investigações internas para avaliar a suposta participação de um funcionário da área de carregamento em um esquema de sonegação de ICMS. O esquema envolveria a compra e venda de álcool e uma empresa que é cliente da Cosan.
O caso veio à público com a deflagração da Operação Anhanguera pela Polícia Federal ontem (17/8). Segundo cálculos da PF, a fraude fiscal de todo o esquema (que envolveria não só a usina Costa Pinto, mas também outros grupos produtores de açúcar e álcool) supera 200 milhões de reais, provenientes das negociações entre fraudadores de um milhão de litros por mês.
O esquema foi identificado em janeiro deste ano pela Inteligência das Secretarias de Fazenda de São Paulo e do Rio Grande do Sul, mas apenas ontem foram cumpridos 17 mandados de busca e apreensão no Rio Grande do Sul e 8 no interior de São Paulo. Entre os envolvidos, há laranjas e empresários do ramo de bebidas e vinhos.
Luiz Carlos Polli, há 15 anos funcionário da Cosan e trabalhando na unidade Costa Pinto, é um dos alvos da PF. Polli lançaria na nota de saída da companhia álcool de alto teor como se fosse um produto de baixo teor. Registrado dessa maneira, o produto contava com o benefício tributário do diferimento, em que o recolhimento do imposto não é realizado na saída da empresa, mas depois, quando a distribuidora o revendia.
Segundo o comunicado da Cosan, Polli atuaria em conjunto com a General Granel de Tietê Ltda, uma fabricante de bebidas. A empresa seria cliente da Cosan desde novembro de 2008. De acordo com a nota, a General Granel é um pequeno cliente, tendo representado menos de 0,2% do total de álcool vendido pela Cosan desde então - o equivalente a 13.000 metros cúbicos.
No comunicado, a Cosan afirma que não foi apontada, em nenhum momento, pela Policia Federal como empresa envolvida na ação, e que tem total interesse na apuração rigorosa dos fatos pelas autoridades competentes.
Jornalista Políbio Braga em seu Portal diz que Fraude do álcool envolve figurões do RS
Link: http://polibiobraga.blogspot.com/2010/08/fraude-do-alcool-envolve-figuroes-do-rs.html
Até o meio da tarde desta quarta-feira a Polícia Federal não tinha revelado os nomes dos 10 empresários gaúchos e paulistas que prendeu no âmbito da Operação Anhanguera, que desmontou o esquema de fraude para sonegar ICMS na venda de álcool.
. Os fraudadores negociavam um milhão de litros de álcool por mês, algo como cinco caminhões-tanque por dia. Os prejuízos são calculados em R$ 200milhões.
. A fraude consistia em vender álcool de alto teor, como se fossem de baixo teor, produto não tributável. Os vendedores eram de SP e os compradores do RS.
. Intermediários costumavam fazer a ponte.
. Canoas é tida como principal pivô das quadrilhas.