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Meta é criar banco de denúncias, adianta Mello |
As empresas envolvidas com a cadeia do gás LP (o antigo GLP ou gás de cozinha) planejam ações para reduzir uma das principais preocupações do segmento atualmente: a informalidade. Neste semestre, deverá ser lançado um programa da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) que implantará um comitê nacional e diversos regionais que tratarão do assunto. A iniciativa contará com a colaboração de distribuidoras, revendedores, Ministérios Públicos Estaduais, Procons e demais agentes do mercado.
O presidente do Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Gás Liquefeito de Petróleo (Sindigás), Sergio Bandeira de Mello, adianta que a meta é criar um banco de dados com denúncias sobre as irregularidades e monitorar os avanços da medida. O dirigente argumenta que é difícil mensurar o tamanho da informalidade, contudo estima-se que sejam em torno de 80 mil a 90 mil irregulares. Atualmente, o número de revendas cadastradas na ANP, e por consequência regularizadas, é cerca de 35,5 mil. O levantamento, que ainda está sendo concluído em alguns estados, indica o Rio Grande do Sul como a segunda região com mais cadastradas, com 4.491, ficando atrás apenas de São Paulo, com 7.853.
Mello salienta que a cadeia do gás LP gera em torno de 350 mil empregos diretos e indiretos no País. Ele acredita que o final da clandestinidade poderia aumentar esse patamar em até 70 mil postos. O presidente do Sindigás ressalta que a informalidade impede que os revendedores invistam no mercado. O dirigente ressalta ainda que o gás é um produto inflamável e que os vendedores irregulares não estão preparados como os regulares para lidar com essa questão.
O superintendente de Relações Institucionais da ANP, Durval de Barros, informa que em 2009 foram realizadas 5.556 fiscalizações a estabelecimentos de comercialização de gás LP, que resultaram em 1.256 interdições. Até julho deste ano, já foram feitas em torno de 3,4 mil inspeções, com 784 autos de infração. Barros e Mello participaram nesta quinta-feira do Enagás 2010 - 1º Encontro Nacional do Setor de Gás LP, realizado em Campinas, de quarta até sexta-feira. Na ocasião, também foi apresentada uma pesquisa de como o consumidor final observa a venda de produtos formais e informais.
O levantamento, elaborado pela Copernicus Marketing Consulting, apontou que a quantidade de produtos adquiridos provenientes de estabelecimentos formais é praticamente equivalente à verificada através dos informais. Outro dado revelado pelo estudo é que 51% dos entrevistados às vezes trocam seu canal de compra, 36% não trocam e 13% mudam constantemente de fornecedor.
Ainda segundo o trabalho, o comércio informal é percebido como tão seguro quanto o formal e mais ágil. De acordo com o documento, o tempo ideal de entrega de um botijão é de cerca de 17 minutos, mas com tolerância de até meia hora. Entre as dicas dadas pelo presidente da Copernicus Marketing Consulting, Alberto Cerqueira Lima, para que se vença a batalha aos informais, está a disponibilidade em verificar e prestar assistência técnica a outros componentes (mangueira e registro), contar com entregadores cordiais e educados, além da oferta de promoções e brindes para fidelizar o cliente. "É necessário manter o contato com o consumidor e perceber suas necessidades", afirma Lima.
Para identificar o revendedor legalizado, entre as características que podem ser observadas, estão depósito de gás adequado, marca do produto comercializado presente nos veículos e uniformes de quem entrega o botijão, entre outros pontos. O irregular, normalmente, disponibiliza o seu produto em estabelecimentos como mercearias, postos de gasolina e o transporta de maneira inapropriada.