Na hora de planejar uma obra, muitas pessoas sentem um frio na espinha por receio dos problemas que poderá enfrentar. Há os que preferem delegar tudo a um único arquiteto ou engenheiro, sendo ele o responsável tanto pelo projeto quanto pela execução, e os que optam por canalizar cada trabalho a um profissional específico. O fato é que tanto na primeira opção, quanto na segunda, o cliente não está isento dos percalços que podem surgir em função do relacionamento da equipe.

Unir o trabalho de um arquiteto ao de um decorador, ou mesmo ao de outro arquiteto ou engenheiro, gera dúvidas frequentes pelos conflitos de interesses que podem surgir. Quer seja pela relação que cada profissional tem com o cliente, quer seja pelas opiniões, crenças, valores e linha de trabalho de cada um. Dessa forma, quem pensa em fazer qualquer tipo de construção, intervenção ou reforma em sua residência, escritório ou loja, precisa entender que é o trabalho realmente conjunto desses profissionais que fará a diferença e que garantirá a tranquilidade para esse momento de mudança: estrutural em relação à obra; comportamental em função da modificação do espaço e psicológico pelas transformações que toda mudança traz.

Em arquitetura, especificamente, é preciso estar preparado para lidar com diferentes formas de pensar, de equacionar e achar soluções. Uma simples mudança no layout pode gerar discussão quanto às medidas, posicionamento dos móveis e cores empregadas, por exemplo. A quebra de uma parede, então, sugere algo um pouco mais complexo, passível de críticas, e a criação de um projeto, do zero, é um prato cheio para opiniões contrárias.

Nesse sentido, a inteligência emocional dos executores precisa falar mais alto, ou seja, não se trata mais de ser profissional naquilo que se faz, mas também de cooperar para a conquista de um resultado positivo do todo, sem pormenores e estresses desnecessários. Quem consegue perceber esse movimento e necessidade, sai na frente e passa a ser muito valorizado. Fazendo uma analogia, pura e simples, é o mesmo que se tornar o "big brother": conselheiro, intermediador e flexível.

O fato é que os clientes sempre procuram e contratam aqueles profissionais com os quais já mantém uma relação de confiança e para eles é a intersecção das ideias de cada um que materializará seus sonhos e expectativas.

Dessa forma, nós profissionais da área, temos de perceber todos os lados positivos dessa troca de experiências. Essa é a demanda atual do mercado e acredito que só tende a crescer, já que a divisão do trabalho otimiza o serviço, o custo e até o prazo, na  medida em que delega a cada especialista a atividade que mais lhe compete.

O segredo é saber interpretar e falar a mesma linguagem, na mesma sintonia, sempre trabalhando em sinergia, garantindo não só ótimos resultados para os clientes, mas infinitos frutos do ponto de vista profissional, com a criação de relacionamentos sólidos, novos contatos e infinita troca de conhecimentos.