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Internet causa alterações em jovens
   
     
 


23/08/2010

Internet causa alterações em jovens
Adolescentes que abusam da utilização da rede apresentam mudança de comportamento e humor, revelam pesquisas realizadas no Brasil e na Itália

Um estudo realizado na Itália revelou que o uso abusivo da internet está causando insônia e depressão nos adolescentes. O alerta serve para os pais que mantêm computadores nos quartos dos filhos ou não acompanham o tempo que eles ficam conectados. De acordo com a pesquisa, os menores ficam em média 6,5 horas conectados e a previsão é de que em 10 ou 20 anos, a quantidade média de sono deve cair.

Na Itália, por exemplo,  foi identificado que o aumento de tempo de conexão gerou períodos de instabilidade, queda no  desempenho escolar, depressão e mau humor, segundo informou a Sociedade Italiana de Pediatria, após realizar pesquisa com adolescentes e constatar que 68,6% dos entrevistados utilizam a internet sem o controle de adultos.

O estudo da Universdidade chinesa  Sun Yat-Sen University, publicado pela revista Archives of Pediatrics & Adolescent  levanta o questionamento quanto à adolescentes que passam mais de cinco horas por dia em frente a uma tela de computador, se as novas tecnologias constituem um instrumento a mais para estes adolescentes isolarem-se ou se representa o contrário. E não para por ai, o último relatório da  Fundação de Saúde Mental  americana afirma que os adultos que se expõem a este excesso também apresentam patologia como  solidão e incapacidade de construir relacionamentos reais.

No Brasil a situação não é diferente. Jovens e crianças não estão preparados para utilizar a Internet, é o que revelou uma pesquisa feita nos últimos dois anos pelo Laboratório de Estudos em Ética nos Meios Eletrônicos (Leeme), da Universidade Mackenzie.

Os pesquisadores do grupo, coordenados por Solange Palma Barros e, no qual, contam com a participação da sócia do Opice Blum Advogados, Juliana Abrusio, foram a campo e, ao entrevistarem 2.039 jovens, entre 11 e 18 anos, descobriram que tanto alunos de escolas privadas, como de escolas públicas, apresentaram-se totalmente suscetíveis aos diversos problemas que ocorrem em função do uso indiscriminado da rede mundial de computadores. 

Por se tratar de um universo virtual, a Internet traz uma falsa sensação de anonimato e impunidade, diz a pesquisa. O uso desmedido do universo virtual pelas crianças e adolescentes traz à tona não apenas a questão do comportamento, mas também situações mais preocupantes como a exposição à pornografia, a divulgação indevida da imagem e dados pessoais, a divulgação de boatos, bem como a pedofilia e o uso da Internet para incitar a violência. 

Com os resultados em mãos, foram propostas alternativas concretas para a formação dos jovens quanto ao uso construtivo da Internet. Os pesquisadores produziram dois livros voltados para o Ensino Fundamental II e Médio, com o objetivo de relacionar os problemas que acontecem na Internet com a ética e os valores. “Queremos que os jovens assumam uma postura mais crítica e segura no uso da Internet”, afirma Solange Palma Barros, que pretende divulgar as obras nas escolas e, futuramente, lutar pela inserção da disciplina de ética e segurança na Internet no currículo escolar.

Além disso, o Leeme alerta sobre a falta de condições que muitos pais e professores têm para orientar os menores no uso da Internet: “nem todos estão preparados para acompanhar os jovens - que parecem estar anos à frente nas questões tecnológicas”, diz Solange, que ressalta a responsabilidade da escola em assumir o papel de orientador e formador. 

Para os pesquisadores, falta responsabilidade no controle do uso da ferramenta eletrônica. “A maior parte dos entrevistados utiliza a Internet sem nenhum adulto por perto, sem nenhum controle ou monitoração”, afirma Solange que também identificou que este uso é feito, em sua maioria, dentro do próprio quarto do jovem. Outro dado colhido pela pesquisa é que 45% dos entrevistados já tiveram medo em algum tipo de acesso que fizeram na rede mundial de computadores. “Este é um dos motivos que nos obriga, acima de tudo, a formar o lado virtual dos jovens cidadãos, prevenindo a ocorrência de problemas online e minimizando os danos causados pelas diferentes problemáticas associadas à Internet”, diz Solange.

Para o Leeme, formando uma consciência de uso construtivo da Internet gera-se instrução, conhecimento, entretenimento sadio, exaltam-se os valores éticos e pais e educadores se aproximam muito mais das crianças e adolescentes. “Em média as crianças e adolescentes passam 4 horas conectados. Mas o que eles estão deixando de fazer nessas 4 horas? Como ficam as atividades escolares, esportivas, familiares e as responsabilidades que todos os jovens devem ter? Sem dúvida nenhuma, a Internet é uma das maiores invenções da humanidade, mas quando percebemos que seu uso está indo contra às boas relações interpessoais, temos que perceber que algo está errado. Funcionários que são demitidos via e-mail e mães que só conversam com seus filhos através do MSN são exemplos tristes e preocupantes do uso da Internet em nossa sociedade”, finaliza Solange.  

Para Juliana Abrusio, que também participa do grupo e é sócia da Opice Blum Advogados, é importante conscientizar pais e escolas sobre as  responsabilidades legais a que estão sujeitos ao concederem acesso indiscriminado e sem controle a Internet às crianças e aos adolescentes. "Há decisões judiciais condenando os pais a indenizações por atos ilícitos praticados pelos filhos na internet". Isto deve ser um alerta à atenção redobrada de todos. "Os pais e professores devem contribuir na educação das crianças e dos jovens, especialmente no ambiente da Internet, onde a falta de controle e orientação pode trazer sérios danos, inclusive na esfera judicial", completa Abrusio.

STJ

Juliana Abrusio comenta, ainda, que já pensando nesse público jovem, o próprio STJ inovou e na última quarta, dia 18 de agosto, lançando o novo endereço eletrônico vinculado ao STJ (www.stjunior.stj.jus.br), com seis personagens, que participam de aventuras educativas aprendendo sobre o mundo jurídico de forma leve e divertida.

Fonte: AZ | Brasil
Autor: Fernanda Campos e Luís Fernando Zeferino
Revisão e edição: Luiza Müller

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