Apesar do potencial criativo brasileiro e do patrimônio cultural diversificado, o ministro cita que o País está na metade do caminho e tem muito a avançar. Três exemplos comprovam a situação: apenas 1,7 livro per capita/ano, o Brasil é dono de dos piores índices de leitura na comparação com outros países e mais de 90% dos municípios não têm teatro ou cinema.

 

“Sem cultura não há possibilidade da valorização plena do ser humano”, salientou ele. Na opinião de Ferreira, as pessoas que têm acesso à cultura desenvolvem a capacidade de entender, criar e recriar o mundo. “O Brasil não tem costume de tratar a questão cultural como econômica, mas por meio da cultura se gera um emprego qualificado. Não há educação sem cultura, nem cultura sem educação. A cultura é importante, inclusive, para a saúde e para a diminuição dos índices de violência”, frisou.

 

Para mudar essa realidade, Ferreira propõe um pacto entre empresários, governos e artistas. Um dos caminhos é a lei federal de incentivo à cultura, mais conhecida como Lei Rouanet. “Com a lei, as empresas que investem em manifestações culturais recebem 100% dos recursos de volta, porém somente 6% do total que poderia investir têm adotado essa prática”, lamentou. Entre as razões apontadas pelo ministro está a falta de tradição e o mito de que aumenta a fiscalização por parte da receita.

 

A palestra do ministro abriu oficialmente a programação do Mês da Cultura na CIC, que ocorre em setembro. Na ocasião, a Prefeitura de Caxias do Sul, por meio da Secretaria da Cultura, fez a entrega do troféu “Empresa Amiga da Cultura” para 43 organizações da cidade.