O Ministério Público de Contas do RS simplesmente não tinha por que razão chamar a PF. Trata-se de um atropelo aos princípios federativos e evidenciou-se um evento de insuportável conotação política.
A chamada Operação Mercari teve origem em decisão do procurador Geraldo Da Camino, do MPC do Tribunal de Contas do Estado.
. Na representação que assinaram juntos o Ministério Público Estadual e a Polícia Federal junto à 6ª. Vara Criminal de Porto Alegre, ficou claro que o nome da operação foi escolhido pela Polícia Federal.
. A ordem do juiz foi para que os policiais federais fizessem 10 buscas e apreensões, mas o juiz não mandou prender ninguém. Isto fica claro na leitura simples da representação protocolada e que a juíza despachou.
. Aliás, MPE e PF fazem uma revelação que o próprio mercado e até este editor há muito tempo queriam saber:
- A publicidade licitada pelo governo estadual no ano retrasado somou R$ 92,9 milhões (o governo nega o valor)
. SLM e DCS ficaram com a conta do Banrisul (R$ 42 milhões em 2008, informam MPE e PF. O Banrisul nega o valor).
. Além dos profissionais presos (DCS, SLM e Banrisul) MPE e PF responsabilizam Davi Antunes de Oliveira (ele teria o controle de 11 subcontratadas) por suposta apropria de dinheiro na contratação de ações de marketing do banco (a denúncia é de que o quarteto reteria para si uma parte da diferença entre os valores pagos pelo Banrisul e recebido pelos contratados).
. MPE e PF dizem possuir provas materiais e escutas telefônicas.
. O editor publica a seguir, com exclusividade, o inteiro teor da representação, porque o leitor tem o direito de saber exatamente do que se trata e não apenas as franjas liberadas para a RBS
. A Polícia Federal foi chamda para o caso por duas razões que o editor considera mais do que frágeis: Davi estaria se apropriando de dinheiro do PAC e integrantes do grupo promoveriam evasão de divisas (não há prova alguma nem de uma coisa e nem de outra). Existe apenas suposições e ilações inacreditavelmente insubsistentes, como se percebe do texto da página 14. DCS e SLM, como se sabe, são agências que integram poderosos e respeitados grupos internacionais de publicidade, com sede em Londres e Nova Iorque
CLIQUE AQUI para ler as 19 páginas da representação feita pelo MPE e PF.
Os R$ 3 milhões, vejam só, não estavam nas casas dos publicitários
Só 24 horas depois da divulgação das notícias sobre a apreensão de dinheiro vivo “nas casas” do superintendente de Marketing do Banrisul e dos diretores da DCS e da SLM, “porque eles não explicaram a origem dos reais, dólares, libras e euros encontrados, aconteceu a necessária listagem e localização de cada quantia. Ficou claro que os valores apreendidos e fotografados, nem de longe estavam na casa de qualquer dos três profissionais presos, mas nas duas empresas, que são de grande porte na área em que atuam. A apreensão do dinheiro ocorreu em cima de motivos discutíveis legalmente. DCS e SLM já contrataram advogados.
- Sede da DCS, R$ 2.7 milhões
- Sede da SLM, R$ 10 mil
- D’Elia Neto, diretor da DCS, R$ 220 mil
- Gilson Storck, diretor da SLM, R$ 87 mil
- Walney Fehlberg, Banrisul, R$ 250 mil
. A DCS integra um grupo internacional, intitulado WPP, com sede na Inglaterra, País que trabalha com libras, euros e dólares, enquanto que a SLM integra o grupo internacional Ogilvy, dos EUA, que trabalha com dólares.
. As duas agências estão entre as 10 maiores do RS. A DCS costuma disputar a primeira posição no ranking.