É isso o que indica um levantamento feito pelo Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro) sobre os acidentes de consumo relatados por vítimas ao órgão.

Os produtos infantis (entre brinquedos e materiais escolares) respondem por 15,3% dos acidentes registrados, seguidos por alimentos (12,1%), eletrodomésticos (10,9%) e utensílios do lar (8,3%).

Em apenas três anos, foram registrados 531 acidentes de consumo no Inmetro. Destes, 460 casos levaram a atendimento médico ou afastamento do trabalho. De janeiro a agosto deste ano, foram 130 acidentes de consumo, segundo o Inmetro, 113% a mais que no mesmo período de 2009. No estado de São Paulo foram 52 este ano ante 21 até agosto do ano passado, um aumento de 148%.

O problema é tamanho que o Inmetro vai lançar uma cartilha de orientação sobre o assunto. “Identificando os tipos de acidentes e as suas causas, conseguimos modificar alguma regulamentação que fazemos às empresas e assim prevenimos o pior”, afirma Luiz Carlos Monteiro, chefe de divisão de orientação e incentivo a qualidade do Inmetro.

Ainda são poucas as pessoas que recorrem à Justiça. O Procon-SP, por exemplo, tem apenas um registro de queixa de acidente de consumo em todo o ano de 2009. Para acelerar o processo, o consumidor deve exigir a inversão do ônus da prova – daí é a empresa quem tem de provar que o produto era bom.