Os genéricos vêm ganhando espaço no Brasil. Eles foram introduzidos no país em 1999 para oferecer à população alternativas de custos aos tratamentos médicos. Em julho de 2004, já representavam 9,36% do mercado farmacêutico em volume de unidades. Encerrou o último mês de julho com 20,15%. A evolução dos genéricos no Brasil, disponível no site da Associação Brasileira das Indústrias de Medicamentos Genéricos - PróGenéricos, tende a crescer na medida em que as patentes das marcas originais vencem.
 
Embora já sofram a concorrência de diversos laboratórios, os genéricos dispensam os investimentos em pesquisas científicas ao utilizarem a mesma substância ativa e fórmula dos medicamentos originais, podendo apresentar uma redução de até 35% nos custos ao consumidor. Contudo, na ponta da indústria e em contato direto com o cliente final, o diretor da Farma Call, Paulo Kugnharski, salienta que o fim das patentes requer, a cada ano, um controle rigoroso das entidades reguladoras, como a Agência de Vigilância Sanitária - Anvisa.
 
As fórmulas dos medicamentos são protegidas pelo período de 20 anos no Brasil. "Depois desse período, à medida que novas drogas entram no mercado, o próprio consumidor questiona sobre a qualidade dos novos leques de remédios disponíveis", observa. De acordo com Paulo, o mercado conhece a obrigatoriedade de que haja a eficácia dos lançamentos, tal qual os seus medicamentos de referência. Mesmo assim, afirma ele, não existe uma rotina de fiscalização contínua desse acervo. "Caso uma empresa que fabrique o genérico deixe de produzir com a mesma qualidade apresentada no momento do registro do produto, comprometerá o tratamento e a credibilidade do consumidor e do médico que prescreve a receita", completa.
 
Paulo diz que o mercado brasileiro oferece à indústria farmacêutica amplo espaço para crescer e que, por isso, empresas nacionais e multinacionais têm feito grandes investimentos em fusões e aquisições. Elas tornam-se cada vez mais competitivas e lucrativas. A disputa é favorável para o consumidor, e isso reflete na evolução do setor e, logo, dos genéricos. "Mas a grande questão é se podemos confiar em todo esse desenvolvimento que requer uma fiscalização efetiva e atuante igualmente crescente", finaliza.