O sargento César Rodrigues de Carvalho era fonte “da imprensa” ou “do Grupo RBS”? A dúvida foi levantada pelo jornalista Políbio Braga em seu blog, ao comentar a notícia em que o jornal Zero Hora registra que, em entrevista ao Diário Gaúcho, o militar que espionava informações no Palácio Piratini afirmou que “costumava consultar dados para enviá-los à imprensa”. O acesso a essas informações era feito no sistema Consultas Integradas. Na entrevista, o araponga disse que repassava dados como “ocorrências, fotos, dados básicos, endereços, fichas de detento”.
Políbio postou ter sido “uma surpresa tremenda” a nota em que ZH admite os serviços prestados por Rodrigues. “O reconhecimento público que faz a RBS é inédito na imprensa brasileira e tem efeitos devastadores para a credibilidade do grupo jornalístico do RS, até porque os leitões (sic) nunca souberam que fontes o jornal usava para suas reportagens”, escreveu. Para Políbio, estas eram “relações permissivas”, pois “os dados informados por ele à imprensa (RBS) referiam-se a pessoas envolvidas em ocorrências, inquéritos policiais e processos judiciais, com a finalidade de embasar matérias jornalísticas”.
A matéria do jornal detalha que as informações se referiam a passagens por presídios, situação de criminosos foragidos e o tipo de crime em que estavam envolvidos, incluindo, em alguns casos, fotos. E acrescenta: “O nome do sargento até agora não havia sido mencionado nas reportagens dos veículos do Grupo RBS em respeito ao princípio constitucional de proteção do sigilo da fonte”.