Na abertura do congresso, o presidente do CRA-SP, Walter Sigollo, ressaltou a importância da realização do evento no mês em que o conselho comemora seus 45 anos de fundação e destacou a oportunidade de discutir com os conferencistas – administradores notáveis do mercado e presidentes de empresas – o futuro da profissão. Segundo o último Censo da Educação Superior de 2008, realizado pelo Ministério da Educação, o Brasil tem 1.805 instituições de ensino superior que oferecem o curso de Administração, além de 780 mil alunos matriculados e 108 mil formandos por ano.

 

Entre os conferencistas, o presidente do Grupo Osram, Roger Peter José Michaelis, falou, no dia 21, sobre o ambiente de intensa mudança característico do mercado de iluminação e o quanto é preciso que as empresas do setor saiam da visão de produtoras de lâmpadas para pensar em como vender luz e soluções para o consumidor. Michaelis abordou ainda as características e ações que fazem a diferença para o administrador, como ter uma atitude proativa, criar uma estratégia clara e estruturada, alinhar a execução com a estratégia, dedicar um tempo enorme para a formação de equipes e lideranças e suar muito no trabalho.

 

Também no dia 21, o presidente da Brinquedos Estrela, Carlos Antônio Tilkian, traçou um panorama dos desafios que têm marcado o mercado de brinquedos no Brasil e a trajetória da empresa, desde a sua fundação em 1937. Ele citou a sazonalidade, a demanda por novidades constantes, a alta carga tributária, a competição com a China, bem como a informalidade e o contrabando, como as principais dificuldades do setor, que sofre ainda com a falta de políticas governamentais.  Para Tilkian, em um cenário como esse, o administrador precisa manter a flexibilidade operacional e desenvolver a capacidade de se reinventar. “Ele não deve deixar que as dificuldades inibam seus sonhos e nunca pode perder o foco em sua responsabilidade socioambiental”, disse.

 

Já no dia 22, o presidente da Vivo, Roberto Oliveira de Lima, afirmou, na sua apresentação durante o evento, que a projeção da operadora de telefonia móvel, recentemente adquirida pela espanhola Telefônica, é investir R$ 2,49 bilhões em 2010. Praticamente dois terços desse montante serão aplicados no segundo semestre, com foco na ampliação da cobertura 3G, que deve atingir mais de 1,4 mil municípios até o final do ano. Lima afirmou também que a marca Vivo será mantida na integração com a Telefônica.

 

O congresso contou ainda com a participação do diretor vice-presidente do Itaú Unibanco, Alfredo Egydio Setúbal, que abordou o tema perspectivas do mercado de crédito no Brasil. Segundo ele, o crédito total atingiu 45,7% do PIB brasileiro em junho deste ano, um número ainda baixo em relação a outros países – nos Estados Unidos e no Japão, por exemplo, supera os 100% –, o que indica que há ainda um espaço grande para crescer no País.  Na avaliação de Setúbal, para aumentar o crédito para pessoa física, por exemplo, é preciso alongar os prazos de pagamento e ampliar a formalização do emprego, pois este é que permite o acesso das pessoas de baixa renda ao crédito. “Também é preciso diminuir as taxas de juros. Temos de desmistificar a ideia de que taxas de juros altas são boas para o mercado financeiro. Na verdade, o crédito é que alavanca o crescimento.” Sobre a fusão do Itaú com o Unibanco, Setúbal considerou a operação bem-sucedida e disse que a integração das agências e sistemas deve ser concluída em outubro deste ano, depois de dois anos da fusão.