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Mariliz Vargas – psicóloga
   
     
 


23/09/2010

Mariliz Vargas – psicóloga
Caso Neymar: o perigo de um talento forte em uma estrutura fraca

Colocar um precioso líquido num frasco frágil pode por tudo a perder diante do menor impacto, diante da menor tensão, que ao provocar uma rachadura no frasco, deixa vazar todo o valioso conteúdo. É isto o que pode acontecer quando se tem um talento como o jogador Neymar, submetido a uma estrutura frágil como uma diretoria que demite um técnico que aplicou uma penalidade severa por um desacato, somado a um histórico anterior de desrespeito. Devido a este histórico, o atleta mostra sua imaturidade e a falta de uma boa educação. Mas tem um grande talento. Cabe então a liderança do clube investir nesta estrutura, através da aplicação da sabedoria do não, ou seja, da disciplina e da força.

Quando um atleta talentoso, mas imaturo, é tratado com condescendência, privilégios e vistas grossas para seus desacatos, acaba vendo fortalecido o seu lado ruim, em prejuízo daquilo que ele tem de positivo. Isto quer dizer que o favorecimento da sua imaturidade vai privilegiando o seu ego, incentivando o fenômeno do salto alto, o seu estrelismo, em prejuízo daquilo que ele tem de mais precioso, que é o seu talento nato para o esporte.
 
Muitos talentos se perdem todos os dias por falta de uma estrutura que os contenha. Estrutura de contenção é basicamente limite, orientação, disciplina e incentivo a responsabilidade sobre seus atos. No ocorrido com o jogador e o seu treinador, a mensagem final foi de permissividade, inversão de autoridade, e incentivo a insubordinação. O mais prejudicado nesta historia pode ser o próprio jogador, que não terá condições de desenvolver o que tem de melhor, arriscando-se a ver desenvolvido o que tem de pior. O resultado deste processo poderá ser a transformação de uma promessa em apenas mais um bom jogador, que acabou por ver o seu dom perdido entre historias de excessos, birra, desrespeito e indisciplina.
 
Analisando a situação sob o prisma do jogador Neymar, esta autorização ao seu comportamento abusado poderá se mostrar prejudicial para sua carreira. Sabemos que de nada adianta talento sem educação, ainda mais em uma área como esta que exige o trabalho em equipe, pois são 11 jogadores em campo e não somente um. E mesmo se fosse numa partida de tênis, onde o competidor é somente um, a abertura do espaço para que o ego se espalhe nunca é produtiva para o desempenho do atleta.
 
Este jovem jogador está sendo incentivado naquilo que ele tem de pior, ao em vez de ser incentivado no que ele tem de melhor, que é o seu talento com a bola. A aplicação da disciplina e a restrição de comportamentos insubordinados permitem que o melhor do atleta se desenvolva e ao contrário, quando existe uma autoridade dúbia e invertida, o talento se perde nos meandros da própria imaturidade do jogador. Este detalhe não pode passar desapercebido pela diretoria do Santos, que ao punir o técnico indiretamente dá o seu aval ao comportamento inadequado do jogador. Seria realmente uma pena que este jovem e talentoso jogador ficasse apenas como promessa que se perde devido a dificuldade em se adaptar a um grupo e pela nítida falta de um comando que lhe dê educação e lhe ensine que, antes de tudo, ele é apenas mais um numa grande equipe.

Fonte: IEME
Autor: Mariliz Vargas
Revisão e edição: de responsabilidade da fonte

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