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Descontrole faz com que brasileiro fique mais de meio ano preso em dívidas
   
     
 


10/11/2010

Descontrole faz com que brasileiro fique mais de meio ano preso em dívidas
Inadimplente tem, em média, cinco dívidas em atraso e demora cerca de sete meses para limpar o nome e voltar a comprar a crédito

A perda do emprego e as doenças na família são os motivos comuns para o endividamento, mas uma das causas que mais preocupam é o descontrole de gastos, mostram os resultados do Indicador Serasa Experian da Demanda do Consumidor por Crédito – Outubro 2010, pesquisa divulgada ontem.

Endividado, o auxiliar André Lopes comprou novamente a prazo porque vai se casar - (Paulo de Araújo/CB/D.A Press)  
Endividado, o auxiliar André Lopes comprou novamente a prazo porque vai se casar

No acumulado do ano, os consumidores de baixa renda (que ganham até R$ 500,00 por mês) lideraram a busca por crédito, registrando crescimento de 40,6% no período de janeiro a outubro de 2010, comparado com o mesmo período de 2009.

Mas depois de atingir nível recorde em setembro, a busca do consumidor por crédito caiu em outubro. A quantidade de pessoas que foram atrás de recursos recuou 3,2% frente a setembro.

A explicação está no aumento do número de endividados.

O auxiliar de serviços gerais Baltazar Inácio da Silva, 47 anos, estourou o limite de seus cartões de crédito e calcula que ficará com “a corda no pescoço” pelos próximos 26 meses. Sua renda mensal, de R$ 920, não é suficiente para arcar com a dívida que contraiu. Ele renegociou os financiamentos e conseguiu um empréstimo de R$ 4 mil para dar de entrada na compra de um carro. “Enquanto o Brasil estiver fazendo dívida, eu vou atrás”, avisou. Na avaliação do presidente da Serasa Experian, Ricardo Loureiro, a inadimplência no Brasil, apesar de estar em 6% (número do Banco Central), é mais alta do que em países em crise econômica, como Estados Unidos e Inglaterra, onde os índices chegam a 5%.

Cadastro
“Há muitas oportunidades, muitas ofertas seduzindo. Se fôssemos financeiramente bem-educados, isso não seria problema. Equilíbrio é a palavra-chave. As conquistas têm que se manter para o resto da vida. Precisamos conferir sustentabilidade ao nosso consumo e às dívidas”, disse Loureiro. Para mudar o quadro atual, ele defende a implantação do cadastro positivo, como uma maneira de reduzir os níveis de endividamento, dando descontos aos consumidores que pagam em dia suas dívidas.

Casal Adair e Mônica poupa para pagar tudo à vista - (Paulo de Araújo/CB/D.A Press)  
Casal Adair e Mônica poupa para pagar tudo à vista

O auxiliar de limpeza André Lopes, 36 anos, ganha salário de R$ 540, paga aluguel de R$ 200 e R$ 160,00 de pensão alimentícia dos filhos do primeiro casamento. Agora, vai casar-se de novo e está comprando, à prestação, aparelho celular, máquina de lavar e televisão. “Comprei tudo isso porque o casamento está próximo”, revelou. Mas nem todos pensam ou agem como André.

A professora aposentada Maria Vitória Monteiro Buffato, 60 anos, aprendeu a disciplina financeira com seus pais. “Minha família sempre me educou para ter controle. Também repassava essa filosofia para os meus alunos. Educação vem do berço, mas o educador pode reforçar”, recomendou. Maria Vitória não se considera consumista. “Estabeleci um planejamento financeiro, que vai desde um teto para os gastos no cartão de crédito a uma previdência privada para qualquer necessidade.”

Pavor
O casal Adair Marques dos Santos, 26 anos, e Mônica Cristina Queiroz, 17 anos, também confessa ter verdadeiro pavor de contas atrasadas. Eles mudaram-se de Patos de Minas para Brasília há seis meses. “Nossas famílias nos ensinaram a ter medo de dívida. Vamos educar nossa filha, Júlia, da mesma forma”, ressaltaram. O casal tem renda de R$ 1.800 e só compra à vista. “Depois do pagamento do aluguel e das despesas de casa, separamos uma parte para a poupança e outra para as necessidades. Acabamos de comprar uma geladeira e já começamos uma pesquisa para achar um sofá. Vamos pagar à vista.”

Os números da Serasa mostram que a queda na procura dos consumidores por crédito ocorreu em todas as regiões do país em outubro. As maiores baixas foram nas áreas do país onde a renda é menos elevada: Norte
(-8,7%) e Nordeste (-7,6%). A menor queda foi observada na Região Sudeste, com variação negativa de -0,6% em comparação ao mês de setembro de 2010. Mas, no acumulado do ano, as regiões Sudeste e Nordeste registraram alta de 17,1% e 16,7%, respectivamente, na procura por crédito. Nas demais regiões geográficas do país, o avanço acumulado no ano oscila entre 12,2% (Norte) e 13,7% (Centro-Oeste).

13º deve pagar débitos
 

Se dinheiro na mão é vendaval, como disse o compositor Paulinho da Viola, endividar-se é algo ainda mais fácil para quem gastou tudo o que tinha. Neste fim de ano, com o pagamento do 13º salário, o consumidor precisa manter a cautela a fim de evitar dores de cabeça já no início de 2011. Pagar as dívidas realizadas pode ser um bom destino para o dinheiro extra, recomendam os especialistas. Uma pesquisa realizada pela Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac) mostra que 57% dos consumidores pretendem utilizar o 13º salário com essa finalidade.

“Quem está em situação de endividamento, deve pagar dívidas mais caras com o dinheiro do 13º. Em questão de meses, as dívidas com cartão de crédito e cheque especial dobram de custo. O devedor deve negociar as dividas e pegar empréstimo com taxas mais baixas”, disse o economista Miguel Ribeiro de Oliveira, coordenador do estudo da Anefac. Ele sugere que consumidor evite o descontrole financeiro e tenha dinheiro para as despesas com material escolar, taxas e impostos. O ideal é que as pessoas gastem 90% do que recebem e guardem os restantes 10%, poupando para comprar à vista e enfrentar despesas com presentes de Natal e viagens.

Na intenção de compras com o 13º salário, os eletroeletrônicos e eletroportáteis lideram as preferências, com 76%, seguidos pelo celular, com 75%. Os brinquedos vêm em seguida, resposta de 68% dos entrevistados, além de roupas (67%), bens diversos (65%) e produtos de informática (50%). Dos quase 600 consumidores ouvidos pela Anefac, 35% afirmaram que pretendem gastar de R$ 200 a R$ 500,00 com as compras do fim de ano, e 22% pretendem gastar de R$ 100,00 a R$ 200,00.

Fonte: Correio Braziliense
Autor: Jorge Freitas
Revisão e edição: de responsabilidade da fonte

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