Os preços dos materiais escolares devem subir entre 6% e 8% em 2011, mas o setor espera a padronização desses itens e a redução da carga tributária, para que eles fiquem mais acessíveis ao consumidor no próximo ano.
De acordo com o presidente do Simpa-SP (Sindicato do Comércio Varejista de Material de Escritório e Papelaria de São Paulo e Região), Antonio Martins Nogueira, a elevação prevista foi formulada com base em informações da indústria.
Ela está acima da expectativa para a inflação em 2011. A pesquisa de projeções de mercado da Febraban (Federação Brasileira de Bancos), divulgada na terça-feira (21), revela uma inflação de 5,2% para 2011 no caso do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo).
Padrões e tributos
No próximo ano, o setor de materiais escolares espera a padronização dos itens. Segundo informou Nogueira, em meados de junho deste ano, o governo realizou estudos para dar início ao processo de normatização e se propôs a colocá-lo em prática em um ano.
“Estamos prevendo a normatização, que é benéfica para o varejista e para os pais. Haverá produto com qualidade e especificação em todos os pontos de venda”, afirmou Nogueira, dizendo ainda que muitos importados chegam ao Brasil mais baratos, mas também com qualidade inferior.
A padronização, segundo ele disse, vai fazer com que se aprimore o produto e o principal efeito será a redução de custos para a indústria, o que deve ser repassado ao consumidor. “Ele não vai ter todo o ano que comprar o mesmo material”.
Ainda em relação a 2011, Nogueira disse que o setor vai conversar com o governo para que se reduza a carga tributária. Em agendas e borrachas, por exemplo, a tributação chega a 43,19% do preço final, conforme dados do IBPT (Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário).
“A redução seria só para o material escolar básico a ser definido entre a indústria e o governo. Não entramos no mérito de artigos universitários”, disse Nogueira.
Movimento
Neste ano, o movimento para as compras de material escolar referente a 2011 ainda está baixo.
“O material já está disponível desde o início de dezembro em nossa rede, para quem quiser se antecipar. Já há um certo movimento das compras por antecedência”, afirmou o diretor da Brasil Escolar – Rede Nacional de Papelarias, Antonio Sereno, que disse que essas pessoas podem encontrar preços mais em conta, devido às promoções.
No entanto, de acordo com Nogueira, do Simpa-SP, quem for comprar agora pode não encontrar todos os itens de que precisa. Por isso, o movimento mais forte começa na segunda semana de janeiro, quando a gama de produtos estará disponível.