Após dois anos de debates, agora é oficial. A solenidade em que a CBF anunciou a equiparação dos títulos nacionais de 1959 a 1970 (Taça Brasil e Torneio Roberto Gomes Pedrosa/Taça de Prata) como conquistas equivalentes ao Campeonato Brasileiro, disputado a partir de 1971, aconteceu ontem, no Rio de Janeiro.

Os presidentes dos clubes envolvidos receberam medalhas, faixa e até uma pequena réplica do troféu do nacional das mãos do presidente da CBF, Ricardo Teixeira, que afirmou estar “tomando uma decisão histórica, reconhecendo um passado glorioso do futebol brasileiro”.

Também presente, o presidente de honra da Fifa, João Havelange, à frente da então Confederação Brasileira de Desportos (CBD) em 1959, comemorou a unificação ao lado de Pelé. “Há um ditado muito antigo que nos diz que recordar é viver. E nesse momento estou recordando mais de 40 ou 50 anos passados. Esse momento me toca profundamente”, afirmou.

Pelé, agora um dos maiores ganhadores de Brasileirões (juntamente com o atacante Pepe e o volante Lima, seus companheiros de clube), com seis conquistas, também se mostrou emocionado. “Acho que era merecido esse reconhecimento por tudo o que o Santos fez pelo futebol brasileiro e pelo futebol de uma maneira geral”, destacou.

A unificação torna o Bahia, e não mais o Atlético-MG, o primeiro campeão brasileiro, e deixa Palmeiras e Santos no topo do ranking geral, empatados com oito conquistas, à frente do São Paulo (seis).

Já o Flamengo, oficialmente, tem cinco taças, embora se considere hexacampeão. A CBF, por sua vez, diz que o troféu de 1987 pertence ao Sport. “É impossível que nós homologuemos o Flamengo. Houve uma decisão transitada em julgado no Superior Tribunal de Justiça (STJ) e que a CBF é obrigada a cumprir. Em caso de desobediência, isso pode gerar até prisão”, reiterou Teixeira.

Com o rearranjo, o Inter deixa de ser o único campeão invicto (1979), recebendo agora a companhia de Palmeiras (1960), Santos (1963, 1964 e 1965) e Cruzeiro (1966). Além disso, Santos e Grêmio passam a ser os times com o maior número de participações em nacionais (51 vezes).

O novo panorama do futebol brasileiro após a unificação