Para garantir o rendimento dos salários e que os ganhos conquistados no ano passado não sejam corroídos pelo leão, diferentes sindicatos da base da CGTB (Central Geral dos Trabalhadores do Brasil) estão entrando com ações para corrigir a tabela do Imposto de Renda da Pessoa Física.
O Sindpd (Sindicato dos Trabalhadores em Processamento de Dados e Tecnologia da Informação), por exemplo, pede que a correção da tabela do IR seja feita de acordo com a inflação de 2010 – 6,46%, segundo o INPC/IBGE – e que, desta forma, seja aplicada isenção aos trabalhadores da categoria que recebam até R$ 1.595,99. Na tabela vigente, estão isentos os trabalhadores com ganhos de até R$ 1.499,15.
Tabela
Confira abaixo a tabela atual e como deveriam ficar as quatro faixas tributáveis, de acordo com o Sindpd:
TABELA PROGRESSIVA MENSAL |
Alíquota |
Base de cálculo vigente |
Base de cálculo proposta |
Isento |
Até R$ 1.499,15 |
Até R$ 1.595,99 |
7,5% |
De R$ 1.499,15 até R$ 2.246,75 |
De R$ 1.595,99 até R$ 2.391,89 |
15% |
De R$ 2.246,76 até R$ 2.995,70 |
De R$ 2.391,89 até R$ 3.189,22 |
22,5% |
De R$ 2.995,71 até R$ 3.743,19 |
De R$ 3.189,22 até R$ 3.985 |
27,5% |
Acima de R$ 3.743,19 |
Acima de R$ 3.985 |
Segundo o sindicato, a correção da tabela do IR minimiza a cobrança de impostos dos trabalhadores e permite que mais recursos permaneçam na economia. “Nós lutamos para conquistar um aumento salarial justo para ampliar a renda do trabalhador. Sem corrigir a tabela, muitos trabalhadores que eram isentos passam a pagar imposto devido ao aumento, fato que acaba diminuindo o ganho, ao invés de aumentar. Ou seja, o que era para ser um benefício, vira uma dor de cabeça”, afirma o presidente do Sindpd e da CGTB (Central Geral dos Trabalhadores do Brasil), Antonio Neto.
Manifestação
Na manhã da terça-feira (18), as seis centrais sindicais (CGTB, Força Sindical, CUT, UGT, Nova Central e CTB) se uniram nacionalmente para realizar manifestação a favor do reajuste do salário mínimo para R$ 580 e para solicitar a correção da tabela do Imposto de Renda.
Segundo Antonio Neto, a pressão será cada vez maior para assegurar que os trabalhadores brasileiros obtenham um aumento digno do salário mínimo. "Nossa luta é mais do que justa, ela é vital para qualquer sociedade que quer acabar com a fome e a miséria. Não existe outra forma disso acontecer, sem aumentar o poder de compra do povo e distribuir renda. Aumentar o salário mínimo e corrigir a tabela do imposto de renda são instrumentos importantes para o processo de valorização do trabalhador. Por isso, estamos aumentando a pressão, para sensibilizarmos o governo de que este é o caminho para o desenvolvimento", diz Antonio Neto.