Este tem sido o sentimento quando pensamos o ser humano no que diz respeito ao seu desempenho profissional.
De um lado o Eu do trabalhador que possui uma história de vida e expectativas em relação a carreira. De outro, o Eu do empregador, também com sua história e expectativas em relação ao negócio que administra. Profissionais que buscam satisfação com suas atividades.
O dilema surge quando estas duas pessoas, com seus Eus específicos, devem caminhar juntas para que os resultados sejam obtidos, isto é, acertar o alvo. Nesta abordagem, entendemos que acertar o alvo seja atingir as metas traçadas, tanto para um quanto para o outro. Mas por que então isto não acontece? Por que tem sido sempre o mesmo problema: insatisfação, incompatibilidade, desacertos.
Precisamos considerar que cada pessoa tem sua própria história, com diferentes formas de ver, sentir e atuar na vida. Então, quando falamos no empregador, empresário e no colaborador, estamos considerando pessoas com perfis distintos, que não se constituem somente de seus currículos. Por isto não acertamos o alvo, porque acreditamos que o que está escrito define o perfil de cada um. Esta tem sido a armadilha em que temos caído: na triste ilusão de entender o ser humano a partir de suas habilidades, sem considerá-lo como ser de características, virtudes e aptidões próprias que independem da formação acadêmica ou técnica. Desta forma, quando essas pessoas se encontram com a pretensão de acertar o alvo – atingir seus objetivos, tanto por parte do empregador quanto do colaborador – o fazem sem o conhecimento de seus Eus e sim baseado exclusivamente no currículo, portanto nos privando de uma leitura mais fiel.
Talvez consigamos acertar o alvo se somarmos ao currículo o Eu da pessoa em questão, entendendo-o como Ser de atributos e habilidades, podendo ou não ser feliz na função a que se candidata ou realiza, pois cada um de nós se encontra naquilo em que se satisfaz, proporcionalmente as aspirações de sua vida.