O número de domicílios brasileiros onde há pelo menos um computador atingiu, em 2010, o equivalente a 35% das residências do país, um aumento de 9%, de 2009 para 2010. O crescimento ficou abaixo do registrado no período 2008-2009, de 28%. No entanto, o aumento mais significativo aconteceu nas áreas mais carentes de acesso às novas tecnologias: regiões Norte (cresceu 21%) e Centro-Oeste (18%). As demais regiões se mantiveram praticamente estáveis. Já o acesso de computadores residenciais à internet teve expansão de 13%, de 2009 para 2010, atingindo a taxa de 27% dos domicílios brasileiros. Os melhores desempenhos, em aumento de conexões, também foram das regiões Centro-Oeste (32%) e Norte (40%). Em relação a classes sociais, a conexão teve aumento de 14% na classe C, mas permaneceu estável nas classes A, B, D e E.
Esses dados, divulgados hoje (28) pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br), são resultantes da sexta Pesquisa TIC Domicílios, feita pelo Centro de Estudos sobre as Tecnologias da Informação e da Comunicação (Cetic.br), do Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br). O estudo, elaborado a partir de informações coletadas em mais de 24 mil domicílios, apontou também aumento na velocidade contratada. Em 2010, 15% dos domicílios passaram a contratar o acesso com velocidade acima de 2 Mbps (em 2009, apenas 7% tinham banda nessa velocidade), e 24% passaram a ter conexão entre 1 Mbps e 2 Mbps, contra 15% em 2009; enquanto o percentual de usuários com conexão até 1 Mbps foi reduzido de 55%, em 2009, para 40% em 2010.
A pesquisa também mostrou um crescimento abaixo da média anual de posse de computadores. A taxa média composta anual de crescimento estava em 19% e caiu para 15% em 2010. Mas, de acordo com os técnicos responsáveis pela pesquisa, não significa necessariamente uma tendência de desaceleração. “A oscilação do ritmo de crescimento é bastante natural e pode ser influenciada por inúmeros fatores socioeconômicos”, diz Alexandre Barbosa, gerente do CETIC.br.
A pesquisa TIC Domicílios 2010 indicou ainda que, em relação a 2009, o uso da internet teve o maior crescimento proporcional (44%) entre indivíduos com baixa escolaridade, em especial analfabetos e estudantes do ensino infantil. Outro aumento significativo (19%) foi verificado entre os entrevistados com ensino fundamental. Porém, no que diz respeito às atividades realizadas na internet, o item Educação apresentou uma queda de 9%.
A Pesquisa TIC Domicílios 2010 completa está em www.cetic.br/usuarios/tic/2010/index.htm