O economista da Associação Nacional das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento (Acrefi), Nicola Tingas, acredita que a crise da dívida soberana europeia é estrutural e que está chegando a uma situação 'insustentável'. - "O modelo europeu está em colapso", avaliou.
Para Tingas, serão necessárias intervenções para salvar as economias dos países da zona periférica do euro, e ações para auxiliar economias maiores, como é o caso de Itália e Espanha. "As economias mais robustas não podem ser resgatadas da mesma forma e precisarão de outras medidas", lembrou.
Além do problema financeiro de curto prazo, que possui raiz fiscal, o economista reforça que a economia do continente teve queda de competitividade e dificuldade para gerar novos empregos. "O modelo europeu está se esgotando e o sistema está ficando mais perecível", disse Tingas, ressaltando que os países precisam aumentar a arrecadação fiscal para sustentarem seus gastos.
Mesmo com a crise, Tingas não acredita que haverá o fim da moeda comum, o euro, mas levanta outra hipótese: a divisão da moeda em duas. "Países da região da Escandinávia, além de Alemanha e Áustria, ficariam com um euro mais forte, enquanto os da região do Mediterrâneo ficariam com uma moeda mais fraca."
Ele afirma que a crise da Grécia não será resolvida com o pacote de austeridade fiscal, aprovado no fim de junho pelo parlamento do país. "A dívida é impagável. O país está com arrecadação baixa e não tem capacidade de geração de fluxo", afirmou.