O motivo são as fortes chuvas que atingem as regiões Sul e Sudeste, o risco de gripe suína e a lei antifumo no Estado de São Paulo. Diante desse cenário, os consumidores estão deixando de consumir a bebida em bares e migrando cada vez mais para os supermercados. Tanto é que as vendas da bebida no autosserviço têm crescido em torno de 5%, segundo João Sanzovo Neto, presidente da Apas (Associação Paulista de Supermercados). Essa mudaça de comportamento também tem se refletido no ritmo de crescimento das marcas no mercado nacional da bebida.

De acordo com dados da Nielsen, as cervejarias que mais venderam em agosto são aquelas que têm maior variedade de embalagens da bebida disponíveis no mercado. Os especialistas da Nielsen explicam que nos super e hipermercados o preço passa a ser um fator de decisão para o consumidor, o que não acontece nos bares. Vende mais quem oferece mais por menos (cerveja em litro ou pacotes promocionais de 36 latas) ou quem aposta no produto de menor valor agregado – como as latinhas de 310 ml que, com 40 ml a menos que a tradicional, são 10% mais baratas.

A AmBev e a Petrópolis, as duas empresas com maior variedade de embalagens, cresceram 0,3 ponto percentual. A fatia da AmBev, dona da "Skol Litrão", passou de 68,9% para 69,2%. As vendas da Petrópolis, que lançou em julho a Itaipava Fest em lata de 310 ml, passaram de 9,6% para 9,9%. Enquanto isso, a participação da Schincariol caiu 0,6 ponto percentual, acumulando 12,1%. A Femsa teve queda de 0,1 ponto percentual, fechando o mês com 6,9% do mercado.

Bares

No Estado de São Paulo, que responde por 40% do faturamento do setor, as vendas em bares caíram de 10% a 15% [de 7 de agosto a 7 de setembro] só por conta da lei antifumo", diz Paulo Solmucci Júnior, presidente da Abrasel (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes), que representa cerca de 5 mil estabelecimentos nacionalmente.

Segundo ele, a nova regra paulista, que proíbe desde 7 de agosto o fumo em lugares fechados, teve maior impacto que a chuva. Para piorar, a gripe suína também afetou os negócios do setor. "No Paraná, as vendas de cerveja chegaram a cair 30%", diz ele.