Escolher um óculos vai além da definição de uma armação. Por exercerem uma função essencial na correção além de garantir uma visão mais saudável, as lentes também devem ser avaliadas e selecionadas com atenção. O coordenador do projeto Educar da Associação do Comércio de Joias, Relógios e Óptica do Rio Grande do Sul (Ajorsul), Charles Sutter, afirma que o conforto visual depende de fatores como controles periódicos de sua condição visual; orientação técnica do vendedor e óptico na escolha da armação de acordo com a estética; e, a escolha das lentes e tratamentos adequados com a demanda visual.
Com relação às lentes, Sutter explica que há dois grandes grupos de materiais: resinas (orgânicas) e cristal (vidro).
- As lentes de resina são classificadas de acordo com a espessura; resistência a arranhões e quebras; e, à sua qualidade óptica. Entre elas, existem as lentes de policarbonato que além de leves, são resistentes a quebra, porém, têm a pior qualidade óptica entre todos materiais - considera o coordenador.
Já as lentes em Cristal têm sido menos utilizadas por serem mais pesadas e ao seu risco de quebra por impacto. Porém, as tecnologias de fabricação em resinas de alto índice, mais finas, têm apresentado ótimos resultados, com maior segurança e menor peso no resultado final.
- O que torna as lentes com aspecto de fundo de garrafa é a graduação e material escolhido. Quanto maior o grau, mais evidenciado este aspecto. Tanto as lentes esférias quanto asféricas podem diminuir este efeito, porém, a tecnologia de fabricação digital com lentes de alto índice reduz este efeito e tornam o uso mais confortável - aponta Sutter.
Já os tratamentos anti reflexo se diferem pela sua qualidade e resistência. Os métodos mais modernos possuem em sua composição camadas hidrorrepelente e liporrepelente. Ainda de acordo com o coordenador da Ajorsul, as camadas anti abrasivas não evitam riscos nas lentes. Elas apenas diminuem a probabilidade de arranhões superficiais provenientes da limpeza.
Sutter explica, também, sobre o tratamento para proteção de raios ultravioletas (UV).
- Em algumas lentes, a proteção já vem de fábrica, enquanto outras precisam ser colocadas. É importante que a óptica ofereça este tratamento, mas acima de tudo, que o cliente tenha o cuidado de certificar-se que suas lentes recebam este recurso, principalmente os solares - expõe o coordenador da Ajorsul.
Outra particularidade das lentes, o tratamento antiestático traz a possibilidade de minimizar o efeito das partículas que se juntam às lentes através da energia estática.
Quanto às armações, Sutter explica que elas podem ser termoplásticas (inclusive acetato, bastante utilizadas hoje em dia) e as de metal.
- As termoplásticas são mais resistentes. É necessária a adaptação e ajuste pelo vendedor ou óptico responsável para que seja utilizado o meio adequado para o ajuste. Nunca devem ser ajustadas pelo cliente devido o risco de quebra. Além disso, com o uso e em dias de muito calor, alguns materiais podem deformar com mais facilidade, por isso deve-se evitar deixar em lugares como no interior do carro em dias muito quentes - explica.
A maioria das armações são feitas com ligas de diversos materiais, como níquel, alumínio e monel. As de titânio são minoras.