Os bons indicadores econômicos da China e dos EUA anunciados na semana passada fizeram com que os investidores globais investissem em commodities, elevando os preços do açúcar. No entanto, a euforia se desfez em seguida e o açúcar fechou em baixa novamente. "O que acontece é que a volatilidade começa a dar sinais de fadiga neste fim de ano. Para se ter uma idéia, a volatilidade histórica de 20 dias despencou de 48,4% para 42,3%", comenta o gestor de riscos Arnaldo Luiz Corrêa.

Bom para o setor sucroalcooleiro, pois o custo de produção, médio, no centro-sul, hoje, levando-se em consideração o custo financeiro, é de 15,80 centavos de dólar por libra-peso FOB Santos. "Baseado nos atuais níveis de preço, o resultado operacional das usinas cujo mix de produção é semelhante ao do centro-sul, é de US$ 19,34 por tonelada de cana moída. Um momento extraordinário para investimentos", acredita Arnaldo.

Mas parece que com a chegada do fim de ano, fica todo mundo na expectativa, esperando algo acontecer. "Percebam que o mercado tentou por duas vezes quebrar os 24 centavos de dólar por libra-peso, que vinha rolando na semana, e não conseguiu. Seja a chuva na região, ou a real necessidade de açúcar por parte da Índia, ou ainda a melhora do quadro macroeconômico mundial, não importa, pois como os fundamentos sobressaem sempre, não existe mercado que se sustente por muito tempo se não houver correspondência e cumplicidade do mercado físico. Assim sendo, é temerário aguardar que os preços evoluam novamente para a casa dos 26 centavos de dólar por libra-peso porque pra chegar lá, agora vamos precisaríamos de um aumento de 17% para alcançar a alta do mercado", explica o gestor.

De acordo com ele, a questão é que "em mercados cuja bolha demora em estourar, como a de commodities, a experiência mostra que quando a coisa vira, também é muito rápido. E quem senta em cima de um milhão de toneladas, sabe o que isso significa”, finaliza.