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A cirurgia de Obama
   
     
 


14/11/2009

A cirurgia de Obama
O presidente americano venceu a primeira batalha da reforma da saúde, uma conta de US$ 1 trilhão. Mas a guerra ainda não terminou.

AFP PHOTO / Saul LOEB
A saúde em jogo: para colocar em prática a reforma do sistema público de saúde, Obama enfrentará a resistência de empresas do setor

O presidente Barack Obama conseguiu um fato inédito na história americana. Sua vitória parcial na luta pela aprovação da reforma do sistema de saúde deu-se na Câmara por um placar apertado, apenas cinco votos, mas se desenha como a maior revolução que o governo já fez no setor. Antes dele, a luta política e o lobby dos interesses financeiros da saúde derrotaram todos os que tentaram fazer a reforma desde 1934: Roosevelt, Truman, Eisenhower, Johnson, Nixon, Ford, Carter e Clinton, além do senador Ted Kennedy. Mas a indústria ainda não cedeu. Com o projeto agora em discussão no Senado, as maiores empresas do setor já contrataram mais de 350 ex-membros do governo e do Congresso para atuar junto a deputados e senadores. Estimativa da Single-Payer Action Network, organização que reivindica um sistema de saúde universal nos Estados Unidos, aponta para um gasto em lobby de US$ 1,4 milhão por dia, cerca de US$ 300 milhões até o momento. Apesar de emblemático, o número não chega nem perto do quase US$ 1 trilhão que o governo deverá desembolsar até 2016 para oferecer o seguro de saúde a 36 milhões dos 47 milhões de americanos que hoje não têm nenhum tipo de cobertura, ampliando o acesso a 96% dos americanos. "Mexer no lucro das seguradoras é a pior guerra que Obama poderia travar", analisa Stephen Lendman, do Centro de Pesquisas da Globalização, em Chicago.

Maior economia do planeta, com um PIB superior a US$ 14 trilhões, os Estados Unidos ocupam na classificação da Organização Mundial da Saúde o 37º lugar em qualidade de serviço de saúde. Ainda assim, é o país que mais gasta com o setor no mundo, o equivalente a 16% do PIB. O problema é que os recursos, assim como no Brasil, são mal investidos. "O sistema é uma bagunça", disse à DINHEIRO Amitabh Chandra, especialista em política de saúde da Universidade Harvard.

Com a reforma de Obama, as seguradoras temem que, ao oferecer um plano parcialmente subsidiado, o governo ofereça prêmios de seguros com valor tão baixo que afete a concorrência e o lucro. Para complicar ainda mais a situação, desde o começo do ano passado as companhias do setor já perderam 52% de seu valor de mercado. A guerra, portanto, não está em conseguir levar saúde a grande parte da população americana, mas em como fazer isso sem afetar diretamente os interesses das grandes corporações. Algo que nem o vencedor do prêmio Nobel da Paz conseguirá facilmente.

Fonte: ISTOÉ Dinheiro
Autor: Gustavo Gantois
Revisão e edição: de responsabilidade da fonte

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